Prevenção no Carnaval: Repelente e Vacina Contra Arboviroses

Minas Gerais reforça ações contra dengue, chikungunya e febre amarela durante a folia

Por Plox

13/02/2025 09h48 - Atualizado há 23 dias

Com a proximidade do Carnaval e a circulação intensa de pessoas em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) alerta para a necessidade de prevenção contra arboviroses, como dengue, chikungunya, zika e febre amarela. No atual período de monitoramento, que vai de junho de 2024 a julho de 2025, já foram confirmadas três mortes por dengue, uma por chikungunya e outra por febre amarela, além de outros casos em investigação.

Foto: Rogério Capela/PMC

Uso de repelente e vacinação são recomendados

Diante do cenário preocupante, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, enfatizou a importância do uso de repelentes, principalmente durante o Carnaval, quando Minas Gerais deve receber cerca de 6 milhões de foliões. Além disso, reforçou a necessidade da vacinação contra a febre amarela para aqueles que ainda não tomaram a dose de proteção.

A vacina contra a febre amarela está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas de 9 meses a 59 anos. O esquema vacinal inclui uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos. Para quem recebeu apenas uma dose antes dos 5 anos, é recomendado um reforço, independentemente da idade atual. Idosos precisam passar por avaliação médica antes da imunização.

A SES-MG anunciou um investimento de R$ 210,7 milhões para ampliar a cobertura vacinal no estado até 2026. Somente neste ano, serão liberados R$ 105,3 milhões para os municípios, com a primeira parcela de R$ 41,9 milhões já definida.

Casos confirmados de febre amarela

No atual período de monitoramento (2024/2025), Minas Gerais já registrou dois casos confirmados de febre amarela em humanos, sendo um deles fatal. A primeira vítima foi um jovem de 21 anos, morador de Extrema, que faleceu em janeiro. O segundo caso foi confirmado em um homem de 65 anos, de Camanducaia, que apresentou sintomas no final de dezembro. Há ainda uma suspeita sendo investigada em um trabalhador rural de Timóteo.

Além disso, dois macacos foram diagnosticados com a doença no Sul de Minas, nas cidades de Toledo e Poços de Caldas. A vigilância epidemiológica foi reforçada na região para monitorar a circulação viral.

O Ministério da Saúde emitiu um alerta em 2 de fevereiro sobre o aumento de casos de febre amarela em Minas Gerais, São Paulo, Roraima e Tocantins, com nove registros em humanos e 33 em primatas não humanos no país.

Aumento de casos de dengue e chikungunya

A SES-MG também confirmou a terceira morte por dengue no estado em 2025, enquanto outros 22 óbitos estão sob investigação. O número de casos prováveis da doença já ultrapassa 30 mil, com mais de 10 mil confirmações.

Já os registros de chikungunya chegam a 2.641, sendo 1.904 confirmados e um óbito atestado. Outro falecimento está em análise. Casos de zika também foram identificados, mas sem mortes até o momento.

Apesar do crescimento, a expectativa da Secretaria de Saúde é que os números fiquem abaixo dos registrados em 2024, ano da maior epidemia de dengue da história do estado.

Vacina contra dengue e combate ao Aedes aegypti

O secretário Fábio Baccheretti destacou a importância da vacinação contra a dengue e citou a expectativa pela liberação do imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan. A vacina, que aguarda aprovação da Anvisa, tem aplicação em dose única e poderá beneficiar idosos, grupo mais vulnerável à doença. Atualmente, o imunizante disponível na rede pública é o Qdenga, do laboratório Takeda, destinado a crianças e adolescentes.

Para combater o Aedes aegypti, o governo de Minas tem investido em tecnologias como drones para monitoramento de áreas de difícil acesso e análises laboratoriais de primatas mortos para detectar precocemente a circulação do vírus. Além disso, municípios com casos confirmados devem realizar campanhas intensificadas de vacinação e controle do vetor.

A mobilização contra as arboviroses se torna ainda mais crucial no período do Carnaval, quando o risco de transmissão aumenta devido ao fluxo de turistas e grandes aglomerações. A recomendação é clara: para curtir a festa com segurança, é fundamental usar repelente e garantir a imunização.

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