Anvisa alerta para risco de botulismo causado pelo Botox

Órgão determina nova exigência para bulas da toxina botulínica

Por Plox

13/03/2025 15h36 - Atualizado há 2 meses

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta nesta quarta-feira (13) sobre os riscos do botulismo em pacientes submetidos à aplicação de Botox. A toxina botulínica, amplamente utilizada para fins estéticos, agora terá novas exigências em sua bula para advertir sobre os possíveis efeitos adversos.


Imagem Foto: Pixabay


A decisão veio após a Anvisa receber notificações de dois casos de botulismo relacionados à aplicação da toxina. O comunicado é direcionado tanto para os profissionais de saúde responsáveis pela aplicação quanto para os pacientes que utilizam o procedimento. O principal objetivo do alerta é conscientizar sobre os riscos envolvidos, mesmo em um tratamento considerado seguro.


Para aumentar a segurança, a Anvisa determinou que as bulas da toxina botulínica devem conter um aviso sobre a possibilidade de a substância afetar áreas do corpo distantes do local da injeção.



### O que é botulismo?


O botulismo é uma doença grave provocada pela toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum. De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas podem aparecer semanas ou até meses após a aplicação do Botox.


Os primeiros sinais incluem visão borrada, pálpebras caídas, fala arrastada e dificuldades para engolir e respirar. Em casos mais severos, a doença pode causar paralisia muscular generalizada e até levar à morte. Caso surjam sintomas, é fundamental buscar atendimento médico imediato e informar o profissional sobre o histórico de aplicação de Botox.


O tratamento do botulismo exige a administração rápida de antitoxina botulínica, que neutraliza a toxina no sangue e impede a progressão dos sintomas.



### Cuidados na aplicação do Botox


A Anvisa reforça que qualquer suspeita de efeito adverso deve ser notificada ao órgão por meio do sistema VigiMed, ferramenta disponível para todos os cidadãos, mesmo que não haja certeza da relação direta com o medicamento. A notificação é essencial para atualizar o perfil de segurança dos produtos e implementar medidas corretivas quando necessário.


Além disso, a agência divulgou recomendações para aumentar a segurança do procedimento:


- Certifique-se de que o produto utilizado tem aprovação da Anvisa e está dentro da validade. A regularidade da toxina pode ser consultada pelo nome do produto ou CNPJ do fabricante na embalagem.


- A aplicação deve ser realizada exclusivamente por profissionais capacitados e em clínicas autorizadas pela vigilância sanitária local.


- A regularidade do estabelecimento deve ser verificada junto à vigilância sanitária municipal.


- Siga as orientações da bula, respeitando o intervalo adequado entre as aplicações, conforme a recomendação do profissional de saúde.


- O paciente tem direito a ser plenamente informado e deve verificar detalhes como marca, lote e validade do produto.


- Profissionais devem questionar os pacientes sobre histórico de aplicações anteriores, incluindo data, indicação e dose, para garantir que os intervalos entre as sessões sejam respeitados.


A Anvisa reforça que a adoção dessas medidas é essencial para minimizar os riscos e garantir a segurança dos pacientes que recorrem ao Botox para tratamentos estéticos ou terapêuticos.



O alerta emitido busca conscientizar tanto profissionais quanto pacientes sobre os riscos associados ao uso da toxina botulínica e reforça a importância de seguir protocolos rígidos de segurança na aplicação do produto.


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