Foragido há 17 anos é preso durante prova oral de concurso da Polícia Civil
Homem acusado de homicídio e roubo foi capturado na Academia da Polícia Civil em São Paulo
Por Plox
13/03/2025 11h28 - Atualizado há 2 meses
Um homem foragido da Justiça há 17 anos foi preso enquanto realizava a prova oral do concurso para investigador da Polícia Civil de São Paulo. Cristiano Rodrigo da Silva, de 40 anos, havia conseguido avançar em diversas etapas do certame, incluindo a investigação social, mesmo sendo procurado por homicídio e roubo.

A prisão aconteceu na última segunda-feira (10), na Academia da Polícia Civil, localizada no bairro do Butantã, em São Paulo. A captura foi resultado de uma denúncia que revelou a presença de Cristiano no local. Desde 11 de novembro de 2007, ele era procurado pela Justiça, tendo um mandado de prisão preventiva expedido pela juíza Carla Zoega Andreatta Coelho, da Vara do Júri de Mairiporã.
Cristiano, que tentava ingressar na corporação como investigador, obteve 52 pontos na prova escrita, distribuídos da seguinte forma: 5 em noção de informática, 6 em noção de lógica, 13 em língua portuguesa, 17 em noções de direito e 11 em noções de criminologia. Sua aprovação na investigação social, fase destinada a analisar o histórico e a idoneidade dos candidatos, levanta questionamentos sobre a eficácia do processo de avaliação.
As investigações apontam que Cristiano e um comparsa cometeram um crime brutal em 9 de novembro de 2006, na Cidade Líder, zona leste de São Paulo. Se passando por policiais civis, a dupla clonou uma viatura e abordou um comerciante identificado como José Roberto Nogueira Ferreira. O homem foi algemado, colocado em um carro clonado e levado até Mairiporã, onde foi morto com tiros na cabeça. Após o homicídio, o veículo da vítima foi incendiado.
Um casal testemunhou a abordagem criminosa e anotou a placa do veículo usado pelos suspeitos. A investigação da Polícia Civil revelou que os criminosos utilizavam um estacionamento registrado em nome de uma mulher para esconder a viatura clonada.
O caso expõe falhas no sistema de verificação de antecedentes do concurso público e reforça a importância de aprimorar os mecanismos de investigação social para impedir que indivíduos com histórico criminal avancem em processos seletivos para cargos de segurança pública.