Nasa alerta para aumento inesperado do nível do mar em 2024

Elevação registrada foi de 0,59 cm, superando a projeção de 0,43 cm, com destaque para o impacto do aquecimento oceânico.

Por Plox

13/03/2025 19h03 - Atualizado há 2 meses

A Nasa divulgou um alerta sobre o aumento inesperado do nível do mar em 2024, destacando que a taxa de elevação atingiu 0,59 centímetros, superando a projeção inicial de 0,43 centímetros anuais. A principal razão para essa aceleração é o aquecimento dos oceanos, que tem influenciado diretamente a expansão térmica da água.


Imagem Foto: Reprodução


De acordo com Josh Willis, especialista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, os dados recentes indicam que a tendência de elevação dos oceanos está se intensificando. “Embora variações ocorram anualmente, os oceanos continuam subindo, e a velocidade desse processo está aumentando”, afirmou.


Os cientistas observaram uma mudança significativa na composição desse aumento. Historicamente, dois terços da elevação do nível do mar eram atribuídos ao derretimento de geleiras e camadas de gelo, enquanto um terço se devia à expansão térmica da água. Em 2024, essa relação se inverteu, com a expansão térmica sendo responsável por dois terços da elevação.


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A Nasa também destacou que 2024 foi um dos anos mais quentes já registrados, afetando diretamente a temperatura dos oceanos. Segundo Nadya Vinogradova Shiffer, responsável pelos programas de oceanografia da agência, o impacto desse fenômeno é claro: “Os oceanos estão nos níveis mais altos desde que começamos a monitorá-los há três décadas.”


Os dados históricos mostram que desde 1993, quando os registros começaram a ser feitos por satélites, o nível global dos oceanos subiu aproximadamente 10 centímetros. A taxa anual de elevação mais que dobrou nesse período. Atualmente, o monitoramento é realizado pelo satélite Sentinel-6 Michael Freilich, lançado em 2020, e em breve será complementado pelo Sentinel-6B, que garantirá a continuidade das medições para a próxima década.



A transferência de calor para os oceanos ocorre por meio de diferentes mecanismos, sendo que a circulação oceânica desempenha um papel fundamental na distribuição desse calor. Em condições normais, a água quente permanece na superfície, enquanto a fria se mantém em camadas mais profundas. No entanto, ventos intensos e correntes marítimas, como as do Oceano Austral, podem misturar essas camadas, redistribuindo o calor e ampliando o efeito da expansão térmica.


Outro fator que contribuiu para esse cenário foi o fenômeno El Niño, que desloca grandes massas de água quente do oeste para as regiões central e leste do Oceano Pacífico, alterando a dinâmica das camadas oceânicas e potencializando a elevação do nível do mar.



A preocupação com as consequências desse fenômeno é crescente, especialmente para comunidades costeiras que já enfrentam impactos severos. Regiões como a Flórida e partes da Indonésia registram episódios mais frequentes de inundações durante marés altas, evidenciando a urgência de ações voltadas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.


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