Perícia não confirma violência sexual contra Stefany Vitória, mas investigações continuam
Resultado negativo para espermatozoides e PSA não descarta possibilidade de abuso
Por Plox
13/03/2025 06h59 - Atualizado há 2 meses
Os exames periciais realizados no corpo da adolescente Stefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13 anos, não identificaram a presença de espermatozoides nem de antígeno prostático específico (PSA), uma proteína produzida pela próstata e presente no sêmen. Apesar do resultado, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirma que ainda não é possível descartar a hipótese de violência sexual, pois há laudos pendentes que podem trazer novas informações sobre o crime.

Stefany desapareceu no dia 9 de fevereiro e seu corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição no dia 11, em um local conhecido como monte de orações, na divisa entre Esmeraldas e Ribeirão das Neves. O pastor João das Graças Pachola, de 54 anos, confessou o assassinato e indicou onde teria deixado o corpo da adolescente. Durante a investigação, a polícia encontrou no veículo do suspeito medicamentos para disfunção erétil, o que levanta suspeitas de que Stefany poderia ter sido vítima de violência sexual.
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), foram coletadas e analisadas amostras das áreas vaginal e perianal da vítima para detectar a presença de PSA. O exame deu negativo, mas o documento ressalta que diversos fatores podem influenciar esse resultado, como variações de pH e temperatura, tempo decorrido entre a agressão e a análise, ausência de esperma na amostra, concentração abaixo da sensibilidade do teste e a presença de substâncias contaminantes ou interferentes.
O laudo também esclarece que a ausência de espermatozoides não é suficiente para excluir a hipótese de abuso sexual, e que ainda é possível que células masculinas estejam presentes na amostra analisada. A PCMG não detalhou quais exames ainda estão em andamento, mas aguarda a conclusão de todos os laudos para se manifestar de forma definitiva sobre essa possibilidade.
A investigação revelou que Stefany foi sequestrada perto da casa do pastor, no bairro Metropolitano, em Ribeirão das Neves. Testemunhas relataram que a adolescente tentou escapar do veículo na estrada da Lagoa do Tijuco, mas foi recapturada por João das Graças, que a colocou de volta no carro e seguiu pela BR-040 em direção a Belo Horizonte. Ele teria tentado entrar com Stefany na área da lagoa, mas, percebendo que poderia ser visto, mudou de trajeto e seguiu para o monte de orações, onde o corpo foi localizado.
Em depoimento à polícia, o suspeito alegou que matou a adolescente após ser agredido por ela. Segundo ele, Stefany deu um tapa em seu rosto, o que o fez reagir violentamente, estrangulando a vítima e transportando seu corpo para ser abandonado. Apesar da negativa sobre abuso sexual, a presença dos medicamentos no carro levanta suspeitas sobre suas intenções. O delegado Marcus Vinícius Rios afirmou que o fato de o pastor estar portando esses remédios no dia do crime, mesmo sem um relacionamento conjugal ativo, indica que ele poderia ter segundas intenções em relação à vítima.
A Polícia Civil segue com as investigações para esclarecer todos os detalhes do caso e determinar se Stefany foi vítima de violência sexual antes de ser assassinada.