USP afasta professor acusado de assédio moral e sexual
Docente de Ribeirão Preto é investigado após denúncias de 16 alunas e ficará afastado por 180 dias
Por Plox
13/03/2025 11h08 - Atualizado há 2 meses
A Universidade de São Paulo (USP) afastou um professor do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do campus de Ribeirão Preto após 16 alunas denunciarem casos de assédio moral e sexual. José Maurício Rosolen já era alvo de uma averiguação preliminar desde setembro do ano passado.

Em nota, a USP informou que foi instaurado um processo administrativo disciplinar contra o docente e, para garantir a lisura da apuração, ele ficará afastado de suas funções por um período de 180 dias. Essa é a segunda medida do tipo tomada pela universidade somente neste ano.
Segundo relatos das estudantes, havia um \"acordo tácito\" entre os alunos para evitar que mulheres ficassem sozinhas com o professor, tanto em sala de aula quanto no laboratório. As denúncias incluem convites para passeios, viagens e tentativas de beijos forçados, além de toques inapropriados. Algumas alunas relataram ainda que, ao recusarem essas investidas, sofriam represálias, como ameaças de cortes de bolsas de estudo.
“Logo na primeira semana já começaram uns comportamentos inadequados. Ele me chamava para fazer ginástica com ele na USP e cobrava que eu fosse com roupa de ginástica”, relatou uma das estudantes ao portal G1. Outra denunciou que o professor a convidou para dividir quarto durante viagens, mencionando que ambos eram solteiros. Há ainda relatos de assédios ocorridos em anos anteriores, envolvendo pós-doutorandas.
O regimento interno da USP prevê um prazo de 90 dias para a conclusão do processo administrativo, podendo ser prorrogado caso necessário. A investigação inclui depoimentos das denunciantes, análise das provas e a apresentação da defesa do docente.
Outro caso semelhante ocorreu recentemente na Faculdade de Direito da USP, onde o professor Alysson Leandro Barbate Mascaro foi afastado após denúncias de assédio envolvendo dez alunos. Ele foi inicialmente afastado em dezembro de 2024 e permanecerá fora da instituição por mais 120 dias. A comissão responsável pelo caso tem um prazo de 90 dias para concluir a apuração, podendo recomendar a exoneração do professor caso as denúncias sejam confirmadas.
O afastamento de Mascaro ocorreu após a apuração preliminar apontar indícios de assédio sexual vertical. A defesa do professor nega as acusações e afirma que \"aguarda o desfecho da investigação para que os fatos sejam devidamente esclarecidos\", alegando que perfis falsos nas redes sociais têm sido usados para propagar calúnias.
A USP reforçou que os processos administrativos seguem rigorosos critérios para garantir a imparcialidade das investigações e preservar os envolvidos.