Benefícios e riscos do consumo de café

Em todo o mundo, o café é a segunda bebida mais popular, atrás apenas da água, e no Brasil não é diferente. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), no período de novembro de 2021 a outubro de 2022, o consumo nacional de café foi de 21,3 milhões de sacas - cada saca equivale a cerca de 500 litros da bebida. Mas será que o café é benéfico ou prejudicial à saúde?

De acordo com a médica Clarissa Willets, especialista em Medicina de Família e consultora da Kipp Saúde, os benefícios do consumo de café superam os malefícios, desde que seja ingerido em quantidade adequada. Alguns estudos apontam que consumir até cinco xícaras de café de 50 ml por dia está relacionado à redução de riscos de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Além disso, o café contém centenas de substâncias ativas que podem diminuir o chamado "estresse oxidativo", regulando o metabolismo de glicose e gorduras e melhorando a flora intestinal.

A quantidade consumida é fundamental para garantir os benefícios do café. Clarissa afirma que, apesar de ser uma bebida praticamente livre de contraindicações, o excesso pode causar problemas de saúde. A cafeína, componente presente no café, quando consumida em excesso, pode levar a ansiedade, tremores, taquicardia, dor de cabeça e aumento da pressão arterial. Por isso, é importante consumir café com moderação.

A cafeína, que é a substância psicoativa mais consumida no mundo, também pode ser encontrada no chá, no cacau, na erva mate e no guaraná. O consumo excessivo de cafeína pode trazer consequências adversas graves, especialmente quando associado a bebidas alcoólicas e energéticas. Recomenda-se limitar o consumo a 400 mg/dia para adultos e 200 mg/dia para gestantes e lactantes.

Quando ingerida pura, a cafeína pode elevar a pressão arterial. Contudo, esse efeito não foi observado em estudos com bebidas ricas em cafeína, provavelmente porque outros componentes do café, como o ácido clorogênico, neutralizam os efeitos da substância. Além disso, muitos estudos apoiam a ideia de que o café e a cafeína não aumentam o risco de câncer e até mesmo se associam a menor risco de cânceres de pele, mama, endométrio e fígado.