Apple comemora isenção de tarifas de Trump sobre smartphones e eletrônicos

Decisão dos EUA impulsiona gigantes da tecnologia e acalma mercado em meio a tensões comerciais com a China

Por Plox

13/04/2025 11h49 - Atualizado há 26 dias

A recente decisão do governo dos Estados Unidos de excluir smartphones, laptops e outros eletrônicos de consumo das tarifas impostas à China foi recebida com entusiasmo pelas grandes empresas de tecnologia norte-americanas.


Imagem Foto: Pixabay


A medida representa um sinal importante de moderação na política tarifária do presidente Donald Trump, que havia intensificado a guerra comercial com o país asiático nas últimas semanas. A exclusão beneficia diretamente empresas como Apple, Nvidia e Microsoft, num momento em que os mercados globais demonstravam forte instabilidade.



Embora a administração Trump já tenha concedido isenções anteriores para setores como o de semicondutores e produtos farmacêuticos, desta vez a decisão tem peso especial. Isso porque a cadeia de produção da Apple, por exemplo, continua fortemente dependente da China, onde ainda é fabricada a maior parte dos iPhones. Estima-se que aproximadamente 80% desses aparelhos tenham origem em fábricas chinesas, apesar dos recentes esforços da empresa para ampliar a produção na Índia.



Segundo o Financial Times, um funcionário da Casa Branca afirmou neste sábado (11) que os Estados Unidos abrirão uma nova investigação que pode resultar na imposição de tarifas sobre chips em breve. Ainda assim, a isenção atual é considerada crucial para evitar perdas bilionárias como as registradas recentemente pela Apple. A empresa chegou a perder cerca de US$ 700 bilhões em valor de mercado logo após o anúncio das tarifas recíprocas.


Em pronunciamento, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, destacou a urgência com que empresas como Apple, Nvidia e a fabricante de chips TSMC estariam buscando transferir parte de sua produção para o território americano. Segundo ela, essa iniciativa segue orientação direta do presidente Trump, que defendeu que os EUA não devem mais depender da China para produzir itens considerados críticos, como smartphones, laptops e semicondutores.


Apesar do recuo em relação aos eletrônicos de consumo, a Casa Branca reafirmou que a tarifa de 20% sobre todas as importações chinesas relacionadas à produção de fentanil será mantida.


Chad Bown, pesquisador sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional, comparou a situação atual com os episódios das guerras comerciais anteriores, em 2018 e 2019, quando Trump também recuou em parte das tarifas sobre eletrônicos.
\"Teremos que esperar para ver se as isenções desta vez também se mantêm, ou se o presidente mais uma vez reverte o curso em um futuro não muito distante\",

declarou o especialista.

Trump, por sua vez, afirmou que decisões sobre isenções tarifárias para empresas americanas seriam tomadas de forma \"instintiva\". Até o momento, a Apple não se pronunciou oficialmente sobre as mudanças anunciadas.


Economistas alertam que, mesmo com a recente isenção, a amplitude das tarifas implementadas por Trump ainda representa risco para a inflação e o crescimento da economia americana. A situação continua sendo monitorada por investidores e analistas do setor.


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