Jovem recebe carta de vizinho reclamando de “roupa vulgar”

"Aqui não é zona", diz em trecho

Por Plox

13/05/2021 08h57 - Atualizado há quase 4 anos

Uma jovem de 22 anos recebeu uma carta de um vizinho pedindo para que ela usasse “roupas adequadas nas dependências do condomínio”. Ana Paula Benatti registrou boletim de ocorrência nessa terça-feira (11). O caso aconteceu em Iguatemi, norte do Paraná. 

Ana Paula contou, em entrevista a um jornal local, que se mudou para o condomínio no dia 1º de maio e viu a carta após chegar do trabalho. Ela relatou que ainda não conheceu nenhum vizinho. 

Foto: reprodução

 

"A princípio pensei que era algo de boas-vindas ou relacionado à mudança. Na hora que li aquelas palavras comecei a sentir repulsa, nojo, comecei a chorar muito porque não queria acreditar naquilo", disse.

Na carta, o vizinho pede que ela se dê o respeito e diz que "como homem e pai de família" ficou com vergonha. "Senhora 102, gostaríamos que tivesse o pudor e decência de usar roupas adequadas nas dependências do condomínio”, diz trecho da carta.

“Muda o jeito de se portar neste lugar ou vamos conversar com a dona do apartamento. Aqui não é zona não! Respeite as famílias desse lugar. Obrigado", conclui o vizinho em sua carta.

Ana Paula relatou que as vezes que saiu foi só para abrir o portão “Fora isso, eu não tinha andado pelo pátio do condomínio ainda, não tinha conhecido o lugar. Eu acho que, para ter me visto, estava realmente cuidando da minha vida, me seguindo, porque como sabia o horário certo de colocar a carta para eu não estar em casa? Como sabia qual apartamento eu morava? Me senti perseguida, vigiada e invadida."

A jovem chegou a fazer uma publicação em suas redes sociais desabafando. No dia seguinte, ela contou que os responsáveis pelo condomínio a procuraram para conversar e deram apoio. 

Foto: redes sociais

 

“O síndico comentou que todos os moradores serão notificados. Na quinta, vou com o meu advogado olhar as imagens das câmeras para ver se conseguimos alguma pista do responsável. O delegado ficou com a carta como prova do crime de calúnia e difamação", contou. 

 

 

 


 

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