Copom alerta para inflação persistente e mantém Selic em alta

Ata revela preocupação do Banco Central com expectativas desancoradas e cenário inflacionário adverso

Por Plox

13/05/2025 12h39 - Atualizado há 1 dia

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (13), evidencia o desconforto do Banco Central diante do cenário inflacionário atual. O documento mostra que os núcleos do IPCA seguem, há vários meses, em níveis superiores aos compatíveis com a meta estabelecida, reforçando a percepção de que a demanda tem exercido pressão significativa sobre os preços.


Imagem Foto: Pixabay


Na semana anterior à publicação da ata, o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75%, em um movimento que visa conter a inflação persistente. De acordo com o comitê, o ambiente de curto prazo permanece adverso, com destaque para o comportamento da inflação de serviços — que possui maior inércia e continua acima do patamar considerado adequado para o cumprimento das metas inflacionárias.



Outro ponto abordado na ata é a influência da depreciação cambial, que tem impactado os preços e as margens do setor produtivo. Essa desvalorização já refletiu nos preços praticados no atacado e agora atinge o varejo. Paralelamente, os alimentos continuam com preços elevados, e a expectativa é que essa pressão se propague para outros segmentos da economia ao longo do tempo, impulsionada pelos mecanismos inerciais típicos do sistema econômico nacional.



O Copom ainda observou que as expectativas de inflação, medidas por diferentes metodologias e avaliadas por diversos grupos, permanecem acima da meta para todos os horizontes analisados. Essa desancoragem preocupa os membros do comitê, que a veem como um obstáculo adicional para a convergência da inflação. Segundo o documento, quando as expectativas se afastam das metas, o custo da desinflação aumenta — exigindo, assim, uma política monetária mais rígida e prolongada.


Essa análise foi unânime entre os integrantes do Copom, conforme descrito no parágrafo 13 da ata. Para eles, o atual ambiente inflacionário demanda uma restrição monetária mais severa do que anteriormente seria necessário, para que o país consiga, em algum momento, alinhar a inflação às metas definidas pelo Banco Central.


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