Divinópolis decreta emergência por doenças respiratórias
Crescimento expressivo nos casos e lotação da UPA levam município a solicitar apoio estadual
Por Plox
13/05/2025 07h24 - Atualizado há 2 dias
A cidade de Divinópolis, localizada no Centro-Oeste de Minas Gerais, anunciou que vai decretar estado de emergência na saúde pública. A decisão foi tomada diante do aumento expressivo nos casos de doenças respiratórias e da superlotação nas unidades de atendimento da rede municipal.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (12) pelo prefeito Gleidson Azevedo (Novo), por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. Um dos fatores que precipitaram a decisão foi a transferência, no domingo, de dois bebês com bronquiolite que estavam internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto. Sem leitos disponíveis na cidade, eles foram levados para CTIs em Timóteo e Governador Valadares, com auxílio do Samu e do Suporte Aéreo Avançado de Vida de Minas Gerais (SAAV/MG).
Os bebês, com idades de 2 e 4 meses, faziam parte de um grupo de 11 crianças que aguardavam transferência desde a última sexta-feira (9), quando a taxa de ocupação da ala pediátrica da UPA ultrapassou 200%. Uma terceira criança, inicialmente destinada a Uberaba, acabou sendo direcionada ao Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), que recebeu o caso internamente.
Segundo o prefeito, o decreto de emergência permitirá que o Governo de Minas libere recursos para ajudar o município. A expectativa é que novos leitos sejam abertos no CSSJD com esse apoio. O secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, teria garantido ao prefeito que o repasse será realizado. Uma visita técnica que seria feita por Baccheretti ao hospital regional da cidade foi cancelada no domingo, sem explicações divulgadas.
Até o dia 5 de maio, Divinópolis já havia registrado 177 internações por doenças respiratórias. A realidade da cidade reflete uma situação mais ampla em Minas Gerais. Outros municípios como Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Mariana, Santa Luzia, Pedro Leopoldo, Conselheiro Lafaiete, Uberlândia, Ipatinga, Unaí e Diamantina também decretaram emergência sanitária.
Como resposta, o Governo de Minas anunciou a abertura de 50 novos leitos em Belo Horizonte e antecipou o repasse de R$ 8 milhões para 13 municípios que oficializaram o estado de emergência. Os recursos são exclusivos para ações de enfrentamento às síndromes respiratórias.
Na UPA Padre Roberto, cinco crianças ainda aguardavam transferência nesta segunda-feira, incluindo três com doenças respiratórias, uma com dengue e uma com indicação cirúrgica. A regulação e os encaminhamentos hospitalares são de responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), conforme a Deliberação CIB-SUS/MG nº 3.941/2022.
O número de atendimentos por Síndrome Respiratória na UPA cresceu 98% entre janeiro e abril deste ano. Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram 91%, enquanto a demanda nas unidades de Atenção Primária subiu 86% no mesmo período.
Para tentar conter o avanço dessas doenças, a SES-MG tem reforçado a importância da vacinação contra a gripe. Desde o final de abril, a vacina está disponível para toda a população acima de seis meses de idade. Até 7 de maio, foram aplicadas 1.659.685 doses em Minas, número ainda distante da meta de 90% de cobertura vacinal estipulada pelo Ministério da Saúde. Entre os grupos prioritários, a adesão é de apenas 18,83%.
“Estamos lidando com uma situação muito grave e precisamos de apoio urgente para garantir atendimento digno à população”, declarou o prefeito Gleidson Azevedo.