Um crime brutal que chocou a comunidade de Dom Cavati, no interior de Minas Gerais, teve desfecho na Justiça com a condenação de um homem a 45 anos de prisão em regime fechado. A sentença foi proferida na última sexta-feira (9), durante sessão do Tribunal do Júri de Inhapim, e divulgada nesta segunda-feira (12) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Foto: Divulgação O réu, marido da vítima, foi considerado culpado por ter matado a companheira com 40 golpes de faca. O assassinato ocorreu na madrugada de 15 de junho de 2024, dentro da residência da vítima, localizada no bairro Serapião. Conforme revelaram as investigações, a motivação foi ciúmes: o homem descobriu que a mulher, de 28 anos, estaria grávida de outro.
Durante a discussão que antecedeu o crime, o acusado, então com 29 anos, desferiu os golpes fatais. Um dos filhos da vítima, um menino de apenas 12 anos, ainda tentou impedir a agressão, mas foi imobilizado pela força física do agressor e pela violência do ataque.
“A atuação do menino foi heroica, mas infelizmente ele não conseguiu conter o autor, que agiu com extrema brutalidade”, destacaram os promotores do caso.
O Tribunal acolheu integralmente a denúncia do Ministério Público, e o homem foi condenado por homicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, conforme os incisos I, III, IV e VI do Código Penal.
Logo após o crime, o autor fugiu da cena e só foi capturado dois dias depois, nas margens da BR-116, entre Dom Cavati e Tarumirim. Desde então, permaneceu preso à espera do julgamento, que agora o manterá atrás das grades por mais de quatro décadas.
A vítima deixou quatro filhos. Em setembro do ano passado, a Justiça concedeu pensão do INSS às crianças, a pedido do Ministério Público, que ressaltou a ausência de qualquer fonte de renda da família. A medida visa garantir o sustento dos menores após a trágica perda da mãe.
O caso repercutiu amplamente na região e se soma às estatísticas de feminicídio que ainda assolam o país. A sentença representa uma resposta severa do Judiciário diante da violência doméstica.
