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Política

Virgínia Fonseca depõe na CPI das Bets e nega lucro com perdas de seguidores

Influenciadora se compromete a entregar contratos com casas de apostas e afirma que sempre seguiu as regras de publicidade

13/05/2025 às 21:50 por Redação Plox

A influenciadora digital e apresentadora Virgínia Fonseca esteve nesta terça-feira (13) no Senado para prestar depoimento como testemunha à CPI das Bets. Durante a audiência, ela rejeitou a alegação de que seus contratos com casas de apostas incluem lucros baseados nas perdas de seus seguidores.


Conforme solicitado pela relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), Virgínia se comprometeu a entregar os contratos publicitários firmados com duas plataformas: a Blaze, com quem ainda mantém vínculo, e a Esportes da Sorte, sua antiga parceira. Ela rebateu uma reportagem da revista Piauí publicada em janeiro, negando qualquer irregularidade e afirmando que as cláusulas dos contratos estavam de acordo com padrões de mercado. 


Se eu dobrasse o lucro [da empresa], eu receberia 30% a mais. Isso era uma cláusula padrão, na época, com todos os outros meus contratos, não só bets


, explicou Virgínia, acrescentando que em momento algum houve previsão de lucro com base nas perdas dos usuários.


Imagem Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

A influenciadora afirmou ainda que desconhecia as investigações que envolvem a Esportes da Sorte. A empresa foi alvo da Polícia Civil de Pernambuco em 2024 por suposta participação em esquema de lavagem de dinheiro associado a jogos ilegais. Ela garantiu que suas postagens respeitam as normas de publicidade, e que todos os alertas exigidos pelo Conar são incluídos em suas redes.


— Quando eu posto, deixo claro que é um jogo, que se pode ganhar ou perder, que é proibido para menores e que quem tiver vício deve evitar. Também nunca falei para ninguém entrar para fazer o dinheiro da vida — declarou.


Imagem Foto:

A senadora Soraya, no entanto, questionou a eficácia e a presença dos avisos nos conteúdos promovidos. Em vídeo exibido durante a reunião, segundo a relatora, não havia informações claras sobre os riscos das apostas. Virgínia justificou que a gravação é anterior às normas atuais.

— O Conar passou a exigir mudanças. As empresas já enviam o que pode ou não ser dito, e por exemplo, minhas filhas não podem aparecer — afirmou. O Conar é um órgão privado que atua em parceria com o Ministério da Fazenda para aplicar regras no setor.


Durante o depoimento, Soraya levantou a possibilidade de que influenciadores recebam acesso a contas manipuladas para a produção de conteúdo publicitário. Virgínia negou essa prática e garantiu usar a mesma plataforma que o público.


— A conta que eu uso para jogar não é fake. Ganha e perde como qualquer outra — garantiu.

Além das declarações técnicas, houve debate entre os senadores. O presidente da CPI, Dr. Hiran (PP-RR), ressaltou que Virgínia estava protegida por habeas corpus concedido pelo STF, o que garantia sua liberdade. Já o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) elogiou a disposição da influencer em colaborar e criticou sua convocação, defendendo que sua atuação publicitária não configura ilegalidade.


Outros parlamentares, como Cleitinho (Republicanos-MG) e Eduardo Girão (NOVO-CE), demonstraram preocupação com os impactos das apostas digitais na saúde mental e financeira da população. Girão fez um apelo direto:


Casamentos estão sendo desfeitos, há suicídios. O vício escraviza. A senhora tem o talento de se comunicar bem, pense nisso

.

Virgínia respondeu que mudanças devem ser feitas por meio da legislação e que contratos em andamento dificultam uma ruptura imediata com o setor.


— Não é simples encerrar um contrato. A solução precisa vir de dentro, com todos fazendo a mesma coisa — ponderou.


O senador Izalci Lucas (PL-DF) indagou se a equipe de Virgínia já recebeu reclamações sobre prejuízos de seguidores. A influenciadora disse desconhecer esse tipo de contato. Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ), relator de um projeto de lei sobre o tema, defendeu maior restrição na publicidade de apostas por influenciadores e propôs mudanças mais contundentes na forma como os riscos são comunicados ao público.


— A frase 'jogo responsável' não basta. É preciso dizer que causa dependência e prejuízo financeiro — defendeu Portinho.


A CPI das Bets, que teve seus trabalhos prorrogados até 14 de junho, continua apurando possíveis irregularidades e impactos sociais das apostas digitais. O foco está tanto no comportamento das casas de apostas quanto na atuação de celebridades e influenciadores digitais.


Desde 2018, as apostas online operam de forma legal, com a regulamentação definitiva entrando em vigor em janeiro de 2025, após a Lei 14.790/23. Entre os modelos mais populares de jogos estão as chamadas apostas de quota fixa, incluindo tanto esportes quanto jogos similares aos de cassino, como o conhecido “jogo do tigrinho”.


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