"O que ele fez não tem preço", diz Bolsonaro sobre atuação de Moro na Lava-Jato

Pela primeira vez, desde o suposto vazamento de conversas entre o ministro da Justiça Sérgio Moro e membros da operação Lava-Jato, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o caso publicamente. Nesta quinta-feira, 13 de junho, qualificou a invasão dos celulares por parte de hackers como prática criminosa. As conversas atribuídas a eles foram alvos de reportagens de um site brasileiro no último domingo, 9. 

Bolsonaro tem demonstrado apoio a Moro- Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Bolsonaro comentou sobre os vazamentos e duvidou da autenticidade das conversas supostamente extraídas do aplicativo Telegram. "Se vazar o meu, aqui tem muita brincadeira que eu faço com colegas que vão me chamar de louco e tudo aquilo que me chamavam durante a campanha. Houve uma quebra criminosa, uma invasão criminosa. Se é o que está sendo vazado é verdadeiro ou não", comentou. O presidente demonstrou apoiar o ministro quando juiz federal, tanto por meio do porta-voz Otávio do Rêgo, quanto ao chegar em uma cerimônia da Marinha junto a Moro: "O que ele fez não tem preço. Ele realmente botou para fora, mostrou as vísceras do poder, a promiscuidade do poder no tocante à corrupção. A Petrobras quase quebrou, fundos de pensão muitos quebraram", disse Bolsonaro.

Missão

Moro disse em seu Twitter que hackers não vão interferir em sua incumbência no governo. “Hackers de juízes, procuradores, jornalistas e, talvez, parlamentares, bem como escândalos falsos, não vão interferir na missão”, escreveu. Ele comparecerá à Câmara dos Deputados no próximo dia 26 para ser sabatinado.

Encontro

O presidente recebeu Moro e o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ontem, 12, para a primeira reunião oficial e marcaram um novo encontro para esta quinta-feira à tarde. Há especulações de que o encontro seja para reforçar o nível de segurança nos aparelhos do alto escalão.

O caso

O site The Intercept Brasil divulgou no domingo, trechos de mensagens atribuídas a Sergio Moro e a membros da força-tarefa da Lava Jato. Segundo a equipe do site, as mensagens trocadas por meio de um aplicativo de conversas por celular foram entregues por uma fonte que pediu sigilo e apontam para uma “colaboração proibida” entre o então juiz federal responsável por julgar a Lava Jato em Curitiba e os procuradores, a quem cabe acusar os suspeitos de integrar o esquema de corrupção. Em texto que acompanha a publicação das três reportagens divulgadas, o Intercept sustenta que o teor das mensagens indica “comportamentos antiéticos e transgressões que o Brasil e o mundo têm o direito de conhecer.”

Atualização: 14h45