Após revogação de prisão, Mauro Cid depõe à PF sobre passaporte
Tenente-coronel foi levado à Polícia Federal mesmo após ter prisão anulada; caso envolve tentativa de obter passaporte português
Por Plox
13/06/2025 11h12 - Atualizado há cerca de 21 horas
Mesmo após ter a prisão revogada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi levado na manhã desta sexta-feira (13) à sede da Polícia Federal para prestar depoimento.

A condução até a PF ocorreu no contexto de uma investigação que aponta para uma suposta tentativa de obtenção de passaporte português para Mauro Cid, numa possível tentativa de saída do Brasil. A acusação recai sobre o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que teria atuado diretamente nesse processo, solicitando o documento junto ao consulado português em Recife no último dia 12 de maio.
Gilson Machado, inclusive, foi preso ainda nesta manhã, também pela Polícia Federal, na capital pernambucana. Segundo as investigações, o ex-ministro não apenas buscou a emissão do passaporte, mas também utilizou seu perfil nas redes sociais para promover uma campanha de arrecadação financeira, supostamente em benefício de Jair Bolsonaro.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito contra Machado, destacando que, apesar do passaporte não ter sido emitido, há o risco de o ex-ministro tentar recorrer a outros meios diplomáticos — como embaixadas ou consulados de outros países — para o mesmo fim.
A Procuradoria-Geral considera que essas ações podem configurar uma tentativa de obstrução de Justiça, especialmente em meio à apuração sobre uma possível tentativa de golpe de Estado. Por isso, além do inquérito, Gonet também pediu autorização ao ministro Alexandre de Moraes para a realização de buscas e apreensões.
\"Mesmo sem a concretização da emissão do passaporte, os riscos de novas tentativas exigem atenção e providências imediatas\", pontuou o procurador-geral da República.
A defesa de Mauro Cid ainda não se manifestou sobre os desdobramentos desta sexta-feira. O caso continua em investigação e novas diligências podem ser autorizadas nos próximos dias.