Brasil repudia ataque israelense ao Irã e cogita suspender cooperação militar
Itamaraty denuncia violação da soberania iraniana e Celso Amorim defende coerência com princípios humanitários
Por Plox
13/06/2025 12h25 - Atualizado há cerca de 18 horas
Na madrugada de quinta-feira (12), um ataque aéreo israelense atingiu o território iraniano, provocando uma reação imediata do governo brasileiro.

Em nota divulgada na manhã de sexta-feira (13), o Ministério das Relações Exteriores expressou forte condenação à ofensiva, classificando-a como uma clara violação da soberania do Irã e uma ameaça à paz e à segurança internacionais. O comunicado enfatizou que tais ações podem desencadear um conflito de grandes proporções, com impactos significativos na economia global.
Paralelamente, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, declarou que o Brasil está considerando a possibilidade de romper relações militares com Israel. Segundo Amorim, essa medida seria coerente com os princípios humanitários e de direito internacional que o país historicamente defende. Ele destacou que a escalada dos massacres em Gaza, resultando na morte de milhares de civis, incluindo crianças, não pode ser minimizada.
\"O Brasil precisa, inclusive, por meio das medidas apropriadas, ser coerente com os princípios humanitários e de direito internacional que sempre defendeu\"
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Recentemente, Amorim recebeu um grupo de parlamentares da base governista que solicitaram o rompimento de todas as relações diplomáticas e comerciais com Israel. Essa pressão política reflete a crescente insatisfação com as ações israelenses na região.
Em resposta à crise em Gaza, o Ministério da Defesa brasileiro já havia cancelado, no início deste ano, a compra de blindados israelenses. Essa decisão evidencia o agravamento das relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. As críticas de Lula às operações militares de Israel na Faixa de Gaza levaram o governo israelense a declará-lo \"persona non grata\".
O cenário atual aponta para uma deterioração nas relações bilaterais entre Brasil e Israel, com possíveis repercussões em acordos militares e comerciais futuros.