Mauro Cid é liberado após prestar novo depoimento à PF
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi ouvido sobre suposto plano de fuga com apoio do ex-ministro Gilson Machado, que foi preso
Por Plox
13/06/2025 15h33 - Atualizado há cerca de 15 horas
Na manhã desta sexta-feira (13), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, compareceu à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, por volta das 11h.

Acompanhado de seu advogado Cézar Bitencourt, Cid foi convocado a prestar novo depoimento em decorrência de uma investigação que apura uma possível tentativa de deixar o país de forma irregular. Ele foi liberado às 14h30, após cumprir o compromisso com a Justiça.
A ordem para o depoimento partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora tenha autorizado um mandado de prisão contra Cid, Moraes optou por revogar a medida antes de sua execução, substituindo-a por um mandado de busca e apreensão, que foi cumprido na residência do militar, situada no Setor Militar Urbano, em Brasília.
O foco da investigação recai sobre o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, suspeito de tentar obter um passaporte português para facilitar uma possível fuga de Mauro Cid do Brasil. Ainda nesta sexta-feira, agentes federais prenderam Machado em Recife (PE). Ele negou envolvimento em qualquer plano criminoso, afirmando à imprensa que sua solicitação de passaporte foi destinada ao pai:
\"Não matei, não trafiquei drogas, não tive contato com traficante. Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, ao Consulado Português do Recife\"
.
Na última terça-feira (10), a Polícia Federal havia solicitado a abertura de um inquérito para investigar as ações de Gilson Machado. Conforme os relatos, o ex-ministro esteve no Consulado de Portugal em Recife, no mês de maio, onde tentou providenciar o documento de viagem, supostamente para Cid. A tentativa não teve sucesso, mas há indícios de que ele planejava buscar o mesmo objetivo em outros consulados ou até na Embaixada de Portugal, localizada em Brasília.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se a favor da investigação, destacando que existem
\"elementos sugestivos\" de tentativa de obstrução da instrução penal, especialmente nas ações que envolvem Cid, Bolsonaro e outros acusados de planejar um golpe de Estado
, além de outras investigações relacionadas, como o caso das joias. A PGR ainda ressaltou que o suposto plano visava dificultar a aplicação da lei penal, considerando que o processo está em fase final de instrução.