Trabalhadores de supermercados em Ipatinga relatam medo de contrair covid-19
A categoria não foi inserida nos grupos prioritários para a vacinação
Por Plox
13/07/2021 12h20 - Atualizado há quase 4 anos
O novo coronavírus chegou há mais de um ano, mas nem toda população foi vacinada ainda. Trabalhadores de supermercados de Ipatinga relatam medo de contrair a doença durante o expediente, devido à grande quantidade de pessoas que passam pelos estabelecimentos.
Desde o início da pandemia, supermercados e estabelecimentos do ramo não ficaram fechados por serem considerados serviços essenciais. Com isso, trabalhadores tiveram que enfrentar o medo de uma doença que, até então, não se sabia muito sobre ela.
Apesar da vacinação ter avançado, os trabalhadores de supermercado não foram incluídos como grupo prioritário no Plano Nacional de Imunização, pelo menos até o momento. Quem não tem comorbidade, será vacinado dentro do calendário divulgado pelo governo do Estado, de acordo com a idade.
O açougueiro Carlos Vinicio da Costa, de 33 anos, trabalha em um supermercado no bairro Limoeiro e conta que tem medo de contrair o vírus, principalmente por causa da filha que tem asma e da mãe idosa. “No início da pandemia fiquei com muito medo”.

“Ainda não fui contaminado porque me cuido, não fui vacinado porque ainda tenho 33 anos, mas ainda tenho medo mesmo se eu tomar a vacina, irei me prevenir”, conta Carlos Vinicio.
Michelle Vital trabalha em um supermercado no bairro Canaã e conta que também passou por muito medo quando veio a pandemia e ficou exposta trabalhando. “Muito assustador. Mexeu primeiramente com o meu psicológico e de meus amigos de trabalho. No início foi bem difícil os casos de mortalidade pelo vírus aumentavam todos os dias”, relata.
Ela lembra o momento em que a população ficou aterrorizada com medo de fecharem os supermercados. “Veio a onda vermelha e começou a fechar alguns pontos comerciais, e então o desespero das pessoas que temiam o fechamento do supermercado começou a se acumular (aglomerar)”.

“Tenho contato direto com clientes onde trabalho, faço recebimentos em dinheiro e a contaminação é um grande risco. Mas temos todos os métodos de prevenção necessários. Mesmo assim, os riscos são grandes”, enfatiza.
Michelle Vital tem 22 anos e por isso ainda não recebeu nenhuma dose da vacina contra a covid-19. “Ainda não fui vacinada, ansiosa para receber a primeira dose”, enfatiza. “Felizmente com as vacinas já presentes minimiza um pouco o medo, mesmo com a demora e com esta demanda esperamos com pensamentos positivos que venceremos este mal”, conclui.
Colega de trabalho de Michelle, a caixa Roberta Passos também tem muito medo de se contaminar e fala que o sentimento é o mesmo do início da pandemia. “Não foi muito diferente dos dias de hoje, continuamos com os cuidados, máscaras, uso do álcool gel e tentamos manter o distanciamento dentro do possível, mas ainda é pouco seguro, devido a quantidade de pessoas que circulam nesses locais”.

Roberta Passos tem 37 e ainda não recebeu nenhuma dose da vacina contra a doença. “Tenho muito medo não por mim, mas pelos meus próximos em casa, pai, mãe”, enfatiza.
Algumas pessoas relataram que o medo estava mais presente no início de tudo. Weverson Santos, de 21 anos, trabalha em um supermercado no bairro Cidade Nobre há dois anos, e conta que no início sentiu receio.
“Como estava fechando os comércios, as pessoas ficavam com medo de fechar os supermercados e ia todo mundo fazer compra, lotava. A gente tinha medo mas cumprimos todos os métodos para prevenir”, disse.
No mesmo estabelecimento, Bruno Silveira contou que, inicialmente, foi motivo de preocupação. “Foi um pouco preocupante por a gente trabalhar com público, tive um pouco de medo, mas hoje, graças a Deus, estou mais tranquilo”, relata.
Vacinação
Até o momento, o município de Ipatinga já aplicou em 102.608 a primeira dose da vacina, 29.050 com a segunda dose e 2.086 pessoas receberam a vacina com dose única. Nesta data, a prefeitura está imunizando pessoas com 40 anos acima.