Com apoio de Janja, Lula designa Jean Wyllys para função governamental

Jean Wyllys, o ex-deputado que abandonou seu mandato e o país há quatro anos devido a ameaças sérias, retornou ao Brasil recentemente. Seu regresso não é apenas uma volta ao lar, mas também um retorno à vida política, graças ao presidente Lula da Silva (PT). Wyllys foi convidado a integrar a Secretaria de Comunicação do governo, a convite do próprio presidente e com a bênção da primeira-dama, Rosângela da Silva, também conhecida como Janja.

Jean Wyllys foi recebido com emoção no gabinete de Janja no Palácio do Planalto, como foi registrado em um vídeo publicado nas redes sociais em 6 de julho. "Estou muito emocionada. Jean, seja muito bem-vindo, essa é sua terra, o Brasil é seu e a gente está te recebendo de braços abertos", declarou Janja no vídeo. Em resposta, Wyllys expressou gratidão e emocionou-se ao se referir ao seu retorno ao país: "Para mim, é emocionante retornar ao meu lugar, ao meu aconchego, ao Brasil que quero, ao Brasil que eu me identifico, ao Brasil que eu quero ajudar a construir".

Jean Wyllys: entre ameaças e uma nova posição no governo

Na nova posição, Wyllys terá a responsabilidade de planejar as estratégias de comunicação do governo. Uma tarefa que ele assumirá sob a liderança do Ministro Paulo Pimenta, responsável pela Secretaria de Comunicação.

Antes de seu regresso ao Brasil, Wyllys esteve em Barcelona, onde completou seu doutorado. Para marcar seu retorno, Wyllys postou uma foto em frente ao Palácio do Planalto, iluminado com as cores do arco-íris para celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Acompanhando a imagem, uma mensagem em espanhol: "Cores vivas: meu Brasil não é só verde-amarelo!".

Jean Wyllys decidiu deixar o Brasil e a vida pública em 2019, durante o primeiro mês do governo de Jair Bolsonaro (PL). Eleito com 24.295 votos, Wyllys disse na época que as ameaças de morte intensificadas, especialmente após o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, foram a razão de sua decisão. Ele vivia sob escolta desde a morte de Franco. Ele também citou ligações entre a família Bolsonaro e a milícia como fatores para sua saída, afirmando: "O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim".