Flávio Bolsonaro reage a críticas e acusa Lula de ignorar tarifas dos EUA

Senador ironiza declarações de Rui Costa e defende anistia como estratégia contra sanções comerciais impostas por Trump

Por Plox

13/07/2025 13h26 - Atualizado há 2 dias

As tensões entre integrantes da oposição e o governo federal aumentaram neste domingo (13), quando o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) respondeu publicamente a uma declaração polêmica do ministro da Casa Civil, Rui Costa. O ministro havia comparado a atuação da família Bolsonaro a cenas típicas de vídeos de sequestro, referindo-se ao apoio de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro à recente taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.


Imagem Foto: Agência Senado


Flávio ironizou a fala durante uma entrevista à CNN e afirmou que o governo Lula prefere priorizar disputas políticas a buscar soluções diplomáticas para evitar o impacto econômico da medida, que deve começar a valer a partir de 1º de agosto. Ele afirmou que o governo federal \"prefere ver o Brasil ser taxado em 200% do que sentar como adulto na sala\".



O senador classificou como “amadorismo” a condução da crise pelo Planalto e criticou Rui Costa por se preocupar mais em culpar adversários políticos do que em resolver o problema. Na visão dele, a situação se agravou por conta da política externa “desastrosa” do governo Lula.



As críticas surgiram logo após declarações de Rui Costa durante um evento na Bahia. O ministro se referiu à postura da família Bolsonaro com palavras duras:
\"Parece aqueles vídeos de sequestradores. Agora a gente está vendo coisa até pior, uma postura de sequestrador por parte da família deles\"

, disse, mencionando conteúdos publicados nas redes sociais por aliados bolsonaristas em apoio à medida tarifária do ex-presidente Donald Trump.

A nova taxa norte-americana, considerada uma retaliação política por membros do governo brasileiro, afeta diretamente áreas estratégicas da economia nacional e reacendeu o debate sobre as relações diplomáticas entre os dois países.



Durante a mesma entrevista, Flávio também voltou a defender o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, apontando essa medida como uma possível porta de reaproximação com os EUA. Ele sugeriu que a aprovação da proposta poderia enfraquecer a justificativa para a sanção comercial e reforçou:
“Espero contar com os votos do PT para que a taxação de 50% não entre em vigor no dia 1º de agosto. Quem for contra a anistia, é contra o Brasil”

.

A fala evidencia a tentativa do senador de vincular interesses domésticos à política internacional, numa estratégia que pode ganhar força à medida que o prazo para entrada em vigor da tarifa se aproxima.


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