Lula reúne ministros e planeja resposta com Lei da Reciprocidade contra tarifaço de Trump
Reunião emergencial no Palácio da Alvorada discute decreto para retaliar taxação de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros
Por Plox
13/07/2025 22h00 - Atualizado há 5 dias
No fim da tarde deste domingo (13/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada para discutir a resposta do Brasil às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. A medida vem em reação à decisão do presidente norte-americano Donald Trump de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto.

No encontro, participaram ministros-chave do governo: Geraldo Alckmin, vice-presidente e titular da pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Fernando Haddad, da Fazenda; Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais; Carlos Fávaro, da Agricultura; Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores; além do senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
A principal pauta foi a regulamentação da Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada em abril pelo Congresso Nacional. O decreto que definirá os critérios da retaliação está previsto para ser publicado até a próxima terça-feira (15/7).
Lula já havia antecipado que, caso o diálogo com os Estados Unidos não avance, o Brasil adotará medidas equivalentes para proteger sua economia. Um dos caminhos será a criação de um comitê permanente para acompanhar o desdobramento da crise comercial, iniciativa que deverá ser formalizada nesta segunda-feira (14/7) e contará com a participação de representantes do setor empresarial.
“Vamos criar um comitê, e os empresários vão participar, que a gente vai acompanhar dia a dia para repensar a política comercial com os Estados Unidos”, declarou o presidente em entrevista à TV Record no último dia 10.
Apesar do cenário tenso, Lula destacou que a via diplomática segue em aberto.
“O Brasil utilizará a lei da reciprocidade, quando necessário. E o Brasil vai tentar junto à OMC e outros países fazer com que a OMC tome uma posição para saber quem está certo e quem está errado”
, afirmou à TV Globo. Ele também reforçou que não tomará decisões precipitadas: “Não perco a calma e não tomo decisão com 39 graus de febre.”
Além da taxação, outro elemento agravou a crise: uma carta enviada por Trump a Lula na quarta-feira (9), na qual o ex-presidente norte-americano oficializa a tarifa e ainda emite críticas ao Supremo Tribunal Federal, em especial quanto à atuação contra plataformas digitais estrangeiras como X e Rumble. Ele também menciona Jair Bolsonaro, classificando-o como vítima de uma \"caça às bruxas\".
A reação do governo brasileiro foi imediata. Lula garantiu que o país responderá com base na Lei da Reciprocidade Econômica. O decreto que regulamenta a norma servirá de base para retaliar países que adotem sanções comerciais unilaterais contra o Brasil.
Com as medidas prestes a entrar em vigor, o governo se mobiliza para proteger os setores afetados e reforçar a soberania nacional frente à crescente pressão internacional.