“Eu senti que estava no meio do inferno”, diz Gandra sobre prisão

Por Plox

13/08/2019 15h16 - Atualizado há mais de 4 anos

Na noite dessa segunda-feira (12), o ex-vereador de Ipatinga, Wanderson Gandra (PSC), participou de uma live em sua página no Facebook e comentou sobre o período que ficou preso na penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba-MG. Gandra foi preso dia 20 de fevereiro, na Operação Dolos, do Gaeco. Ele ganhou liberdade provisória após a audiência de instrução e julgamento, no dia 5 de agosto.

Durante sua fala, em mais de 30 minutos de live, o ex-parlamentar se emocionou ao comentar os primeiros dias na prisão. Em dado momentos, Gandra disse que se sentiu no meio do inferno, por não poder sair, sem poder se defender. “Eu me senti no inferno, imaginando o que poderia estar acontecendo lá fora com meus filhos, depois de tanta perseguição e de tanta coisa que falaram ao meu respeito”, contou.

Reprodução vídeoWhatsApp-Image-2019-08-13-at-12.59Gandra se emociona ao relatar momentos vividos na prisão.

Wanderson ainda relatou que permaneceu por 30 dias sem banho de sol e sem poder receber visitas. “Nesses 30 dias que eu passei ali, eu não tenho palavras para falar, não tenho palavras para descrever aqui a angústia que tava dentro de mim, a tristeza que tomou conta do meu ser. Eu só perguntava para Deus coisas que eu nunca imaginei que iria perguntar para Deus”, afirmou.

Sobre as acusações de ameaças às testemunhas, o ex-vereador disse que em breve todos vão ficar sabendo sobre o real motivo. “Eu nunca ameacei ninguém. Eu nunca vou encostar um dedo em nenhum deles que foram lá depor falsamente contra minha pessoa”, afirmou.

 

Encontro com Deus

Na mesma live, Gandra relata momentos de solidão e angústia em sua cela. Segundo ele, certo dia, um preso condenado a mais de 50 anos de prisão começou a tocar em um violão, um hino evangélico. De acordo com relatos do ex-vereador, no momento em que ele tentava orar, aconteceu o encontro com Deus. “Neste momento, eu agarrei nas grades e minhas pernas tremiam. Eu caí no chão e não conseguia levantar, foi aí que eu tive o encontro com Deus”, disse.

Por fim, Wanderson Gandra afirma não ter roubado nem um centavo de seus assessores e desejou que ninguém passe pelo o que ele e sua família passaram enquanto esteve preso. 

Gandra é acusado de fraude processual, destruição de provas e ameaças a testemunhas e responderá em liberdade provisória.

Para o Ministério Público, a liberdade concedida ao ex-vereador põe em risco as testemunhas do processo. Segundo o promotor Fábio Finotti, “a situação do acusado Wanderson é muito mais grave do que a do acusado José Geraldo. O acusado Wanderson, conforme já destacado, além de responder por mais crimes e crimes mais graves do que o acusado José Geraldo, tentou manipular os depoimentos de testemunhas e vítimas e destruiu provas, envolvendo outras pessoas nesses atos, o que não ocorreu com o acusado José Geraldo”, descreveu o promotor na manifestação do MP.
 

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