Moraes teria utilizado TSE para investigar aliados de Bolsonaro, aponta Folha
Mensagens revelam pedido de relatórios por meios não oficiais durante presidência de Moraes no TSE
Por Plox
13/08/2024 20h19 - Atualizado há 5 meses
No período em que Alexandre de Moraes presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seu gabinete no Supremo Tribunal Federal (STF) teria utilizado a estrutura da Corte Eleitoral de forma extraoficial para elaborar relatórios sobre figuras aliadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo com base em diálogos obtidos pela reportagem. Esses documentos, produzidos pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, teriam sido usados para embasar decisões de Moraes no inquérito das fake news, conduzido no STF.
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Solicitação de relatórios por assessores
Entre agosto de 2022 e maio de 2023, segundo as mensagens obtidas pela Folha, assessores de Moraes, incluindo o juiz instrutor Airton Vieira e o perito criminal Eduardo Tagliaferro, solicitaram relatórios à AEED por canais não oficiais. A reportagem destaca que, em nenhum dos casos revelados, esses pedidos foram registrados oficialmente como solicitações diretas de Moraes ou de seu gabinete no STF.
Caso Rodrigo Constantino
Um exemplo citado pela Folha envolve o jornalista Rodrigo Constantino. Segundo os diálogos, Moraes teria solicitado a análise de mensagens publicadas por Constantino no Twitter sobre o TSE. Um assessor do ministro, por meio de WhatsApp, pediu à AEED um relatório sobre as postagens, mencionando que as decisões posteriores seriam tomadas pelo STF. O documento da Corte Eleitoral, que foi compartilhado, relatou a frequência de publicações supostamente ofensivas de Constantino contra o STF e o TSE, detectadas por sistemas de alerta e monitoramento de parceiros do Tribunal.