MP-SP derruba perfis que usam acidente aéreo para aplicar golpes

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) agiu rapidamente para desmantelar uma rede de perfis falsos nas redes sociais, criados para aplicar golpes que exploravam a tragédia do acidente aéreo ocorrido na última sexta-feira (9). As páginas, que somavam 12 perfis, foram removidas nesta segunda-feira (12). Esses perfis utilizavam fotos das vítimas do acidente com o objetivo de solicitar ajuda financeira, alegando serem familiares dos falecidos.

Golpes virtuais exploram tragédia

Segundo o MPSP, os criminosos se passavam por parentes das vítimas, aproveitando-se da comoção para enganar pessoas de boa fé. A operação que resultou na remoção dos perfis fraudulentos foi conduzida pelo CyberGaeco, uma divisão do MP especializada em crimes virtuais. Este tipo de ação criminosa, que se aproveita de tragédias para obter lucros ilícitos, é uma crescente preocupação para as autoridades.

Detalhes do acidente

O trágico acidente envolveu um turboélice ATR da Voepass (anteriormente conhecida como Passaredo), que caiu em Vinhedo, próximo a Campinas, resultando na morte de 62 pessoas. O voo 2283, que partiu de Cascavel (PR) e tinha como destino o Aeroporto de Guarulhos (SP), sofreu o acidente por volta das 13h30. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pelas autoridades competentes.

Identificação das vítimas

O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo concluiu os exames necroscópicos necessários para determinar a causa da morte das vítimas e está agora focado na identificação dos corpos. Até o momento, 27 corpos foram identificados, dos quais 12 já foram liberados para as famílias. A identificação foi possível, em sua maioria, através das impressões digitais, com 23 vítimas sendo identificadas dessa forma, enquanto outras quatro foram identificadas pela análise da arcada dentária.

Investigação do acidente

Para acompanhar de perto as investigações do acidente, o Ministério Público do Estado de São Paulo designou três promotores de justiça da cidade de Vinhedo (SP). O procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, destacou que o MPSP colaborará ativamente com as investigações federais, apesar da responsabilidade constitucional sobre acidentes aéreos ser de âmbito federal.

Costa afirmou que o inquérito policial, conduzido pela Polícia Civil, é uma oportunidade para esclarecer todos os fatores que possam ter contribuído para a tragédia, incluindo a identificação de possíveis responsáveis. Ele também reiterou que, mesmo com as investigações federais em andamento, o Ministério Público estadual tem o dever de conduzir suas próprias apurações, considerando a gravidade do acidente ocorrido em São Paulo.

O procurador se reuniu com familiares das vítimas na segunda-feira, em um hotel no centro da capital paulista, reforçando o compromisso do MPSP em apoiar as investigações e garantir que todas as circunstâncias sejam devidamente esclarecidas.