Golpistas usam Pix em esquema de "pequenas tarefas" em redes sociais

Vítimas são atraídas por promessas de renda extra ao realizar tarefas online e posteriormente são pressionadas a fazer "investimentos"

Por Plox

13/09/2023 14h38 - Atualizado há mais de 1 ano

Usando a popularidade do Pix, criminosos estão enganando usuários de redes sociais com ofertas de dinheiro fácil por tarefas online. Este golpe, conhecido como "das pequenas tarefas" ou "dos R$ 20", envolve pedidos para curtir vídeos em plataformas como TikTok ou avaliar estabelecimentos no Google.

 

Imagem ilustrativa de uma pessoa usando o smartphone — Foto: Pexels

Vítimas são contatadas via WhatsApp por indivíduos que se identificam como representantes de empresas de avaliação e curtidas. Quem demonstra interesse é direcionado para grupos no Telegram, repletos de depoimentos fictícios sobre ganhos. A princípio, os golpistas pagam pequenas quantias, entre R$ 10 e R$ 20, por tarefas realizadas. Entretanto, após um certo ponto, é solicitado um "investimento" que pode variar de R$ 120 a R$ 1.000. Uma vez que o dinheiro é transferido via Pix, as vítimas são bloqueadas.

Em declaração ao veículo, Luiz D'Urso, advogado especialista em direito digital, revelou que os criminosos conseguem contatos através de bancos de dados expostos. "Eles escolhem números aleatoriamente e disparam mensagens", informou.

 

Relato de Vítima

Um auxiliar de escritório de 27 anos, que optou por manter seu nome em sigilo, foi abordado por supostos representantes da empresa Nustream. Após realizar algumas tarefas, lhe foi pedido um "investimento". Infelizmente, ele transferiu R$ 1.728 aos golpistas, e posteriormente, mais R$ 2.800 foi solicitado. Ao não poder mais investir, ele foi excluído do grupo.

 

Como Proceder em Caso de Golpe

Para solicitar estorno de um Pix, as vítimas devem acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) criado pelo Banco Central. Segundo Luiz D'Urso, é essencial comunicar os bancos envolvidos, tanto o remetente quanto o destinatário da transação. Ione Amorim, do Idec, enfatiza a necessidade de registrar reclamações contra as empresas de redes sociais, além das instituições financeiras.

 

O Outro Lado

Em uma reviravolta, Pedro Monteiro, bancário de 45 anos, compartilhou como conseguiu ludibriar os criminosos. Após ser incluído em "grupos de trabalho", ele realizou tarefas sem fazer os "investimentos" solicitados. Ao final, ele teve lucro de R$ 80 retirados dos golpistas.

O golpe configura crime de estelionato, conforme artigo 171 do Código Penal, podendo levar à reclusão de um a três anos. Até o momento, o Telegram, plataforma utilizada pelos golpistas, não se manifestou sobre o caso.

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