Grupo Casas Bahia enfrenta desconfiança do mercado e alta volatilidade na bolsa
Em meio a questões financeiras, a empresa vê aumento de ações alugadas e rebaixamento de nota de crédito
Por Plox
13/09/2023 15h36 - Atualizado há mais de 1 ano
O Grupo Casas Bahia (anteriormente Via Varejo) está atravessando um período desafiador de alto endividamento, e o mercado tem mostrado preocupação apostando em uma significativa queda nas ações da empresa. Conforme dados da Economatica divulgados pelo TC Matrix, em 4 de setembro, o total de ações alugadas da companhia alcançou o pico desde sua mudança de código em 2021.
A prática de aluguel de ações é comum entre investidores que esperam uma desvalorização do papel no mercado. "O mercado está desconfiado da situação financeira da empresa e está apostando em uma forte queda do papel", observou Carlos André Vieira, analista-chefe do TC Matrix.

Mudança de Código e Estratégia de Negociação
Além da mudança de nome para Grupo Casas Bahia, a empresa informou recentemente uma alteração em seu código de negociação na Bolsa para BHIA3. Essa transição é a segunda desde que mudou de VVAR3 para VIIA3 em 2021.
Desafios Financeiros
A situação de endividamento da Via é ainda mais evidenciada com o recente rebaixamento de nota de crédito da 20ª emissão dos CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) pela S&P Global. Esta revisão pode acelerar a maturidade dos títulos e uma assembleia de titulares dos CRIs será convocada para debater a situação.
Vieira acredita que esse rebaixamento pode impulsionar mais posições vendidas. No entanto, a alta demanda pela oferta subsequente de ações, conhecida como follow-on, indica uma visão positiva e pode equilibrar o cenário.
Em relação ao endividamento, analistas apontam que a Via está em uma situação mais delicada comparativamente a concorrentes como Magazine Luiza. “A empresa está em uma situação pior... Ela tem um endividamento mais elevado e um custo de dívida maior", apontou Phil Soares da Órama.
Visão Atual do Mercado
No pregão da última quarta-feira, as ações da Via enfrentaram forte volatilidade, registrando uma queda de 0,85%, cotadas a R$ 1,16. No total, neste ano, a ação se depreciou em mais de 50%. Quando procurada para comentar a situação, a empresa optou pelo silêncio, alegando estar em um período de não divulgação.
Perspectivas Futuras
Os desafios financeiros do Grupo Casas Bahia refletem as adversidades macroeconômicas atuais que afetam o setor varejista, incluindo altas taxas de juros e o crescente endividamento das famílias. Analistas enfatizam a necessidade da empresa em melhorar sua estrutura de capital e sua capacidade de gerar receitas para superar as despesas financeiras.