Ministro Alexandre de Moraes critica tentativas de minimizar a gravidade dos eventos de 8 de janeiro

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento nesta quarta-feira (13), defendeu a condenação dos acusados de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, ocorrida em Brasília. Referindo-se à tentativa de alguns de minimizar o incidente, Moraes declarou: “o terraplanismo e o negacionismo obscuro de algumas pessoas faz parecer que no dia 8 de janeiro tivemos um domingo no parque”. O ministro, relator das ações penais referentes ao evento de 8 de janeiro, também enfatizou a necessidade de punição exemplar aos envolvidos, destacando que "essas extremistas são a minoria da população".

Primeiros réus enfrentam julgamento

Entre os acusados estão Aécio Lucio Costa Pereira, ex-funcionário da Sabesp; Thiago de Assis Mathar, engenheiro florestal; e os entregadores Moacir José dos Santos e Matheus Lima de Carvalho Lazaro. Eles são acusados de participar diretamente na invasão aos prédios públicos na Praça dos Três Poderes.

Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República, também defendeu a condenação do réu Aécio Lúcio Costa Pereira, enfatizando o papel dele na invasão. O procurador declarou: “O Brasil há muito deixou de ser uma República das Bananas e hoje goza de prestígio internacional das grandes democracias".

Defesa contesta a imparcialidade do STF

Sebastião Coelho da Silva, defensor do réu Aécio Lúcio Costa Pereira, e desembargador aposentado do TJDFT, fez duras críticas ao STF e à obrigatoriedade de vacinação contra Covid-19 em presídios. Coelho solicitou a suspeição de Alexandre de Moraes, o que foi rapidamente rejeitado pelo ministro.

Adicionalmente, o desembargador aposentado utilizou parte de seu tempo de defesa para discutir seu próprio caso, afirmando que tem sido alvo de intimidações pelo CNJ e destacando sua situação de saúde delicada.

Réu tem histórico de ações agressivas

Aécio Lúcio Costa Pereira, um dos principais réus em julgamento, teve participação direta na depredação do Congresso Nacional, conforme evidências apresentadas. Durante os atos, Pereira postou um vídeo nas redes sociais, onde manifesta seu envolvimento na invasão ao plenário do Senado.