Gastos em viagens nacionais crescem 78,6% em 2023 com destaque para praias e ecoturismo

Viagens impulsionam economia com aumento expressivo em gastos e preferência por destinos de praia

Por Plox

13/09/2024 15h21 - Atualizado há 3 meses

Segundo levantamento do IBGE, as viagens nacionais movimentaram mais de R$ 20 bilhões em 2023, representando um crescimento de 78,6% em relação a 2021, quando o montante foi de R$ 11,3 bilhões. O gasto médio por viagem no Brasil também subiu 7,5%, passando de R$ 1.525 em 2021 para R$ 1.639 no último ano.

Foto: Portobello / Divulgação
 

A pesquisa também revelou que o aumento nos gastos foi mais acentuado entre famílias de menor renda. Aqueles com rendimento de até meio salário mínimo per capita elevaram seus gastos em 16,2%, subindo de R$ 637 para R$ 740. Já as famílias de maior renda registraram um aumento mais modesto, de 5,6%, com uma média de R$ 2.731 por viagem.

A predominância da hospedagem nos custos

Em todas as faixas de renda, a maior parte dos gastos durante as viagens foi destinada à hospedagem. O valor médio gasto nesse tipo de serviço em 2023 chegou a R$ 1.563. Nas famílias com renda de até meio salário mínimo, o valor médio foi de R$ 1.075, enquanto nas de maior renda alcançou R$ 2.240. Por outro lado, os menores valores foram direcionados para atrativos e passeios turísticos, com uma média de R$ 495 por viagem.

Preferências de destino: praia e ecoturismo em alta

Quando analisados os motivos das viagens, o turismo de sol e praia continua sendo a preferência da maioria dos brasileiros, com 46,2% das viagens realizadas por essa motivação. A pesquisa destacou que a popularidade das praias diminui conforme aumenta o rendimento familiar. Entre aqueles com renda domiciliar de até meio salário mínimo per capita, 55,4% das viagens foram motivadas por sol e praia, enquanto entre famílias com renda de quatro ou mais salários mínimos, a proporção caiu para 38,9%.

Por outro lado, o ecoturismo e as viagens de aventura ganharam mais destaque entre os brasileiros de maior renda. Entre a classe de maior poder aquisitivo, 23,3% das viagens foram motivadas por natureza e aventura, enquanto entre os brasileiros de renda mais baixa, esse tipo de viagem representou 18,0%.

Disparidades na capacidade de viajar

Apesar do aumento geral nas viagens, o estudo destacou as diferenças nas taxas de realização de viagens entre as faixas de rendimento. Os lares com renda per capita de até meio salário mínimo representaram 22,0% dos 77,4 milhões de domicílios estimados no país, mas apenas 12,9% deles conseguiram viajar no período de referência. Em contrapartida, os domicílios com renda per capita de quatro ou mais salários mínimos, embora representassem apenas 7,1% do total de domicílios, foram responsáveis por 16,4% das viagens.

Motivos para não viajar: falta de dinheiro ou tempo

A principal barreira para a realização de viagens entre as famílias de baixa renda foi a falta de dinheiro. Esse fator foi apontado por 40,1% dos lares que não viajaram, o que corresponde a 24,9 milhões dos 62,1 milhões de domicílios sem viagens em 2023. Nos domicílios de renda mais baixa, esse percentual aumentou para 55,4%, enquanto nas famílias de maior renda, a principal razão para não viajar foi a falta de tempo, representando 32,7%. Apenas 6,9% dos domicílios de menor renda indicaram a falta de tempo como o principal obstáculo para viajar.

Principais motivações para viagens de lazer no Brasil em 2023:

  • Sol e praia: 46,2%
  • Natureza, ecoturismo ou aventura: 22%
  • Cultura e gastronomia: 21,5%
  • Outros: 10%
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