Boeing pode pagar R$ 16,6 milhões por liberar avião fora dos padrões
Fabricante é acusada de pressionar liberação de 737 MAX mesmo com falhas de segurança, segundo autoridade de aviação
Por Plox
13/09/2025 11h18 - Atualizado há cerca de 5 horas
A fabricante norte-americana Boeing poderá ser penalizada em US$ 3,1 milhões — o equivalente a cerca de R$ 16,6 milhões — após uma série de falhas relacionadas à segurança em sua linha de produção. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (12) pela Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos.

De acordo com a agência, a empresa teria tentado acelerar a entrega de uma aeronave do modelo 737 MAX, mesmo estando fora dos critérios de segurança exigidos. Segundo a investigação, um funcionário foi pressionado a aprovar a liberação do avião para cumprir prazos internos, apesar das irregularidades.
Além desse caso, centenas de falhas nos sistemas de controle de qualidade foram identificadas em unidades da Boeing na cidade de Renton, em Washington, e também nas instalações da Spirit AeroSystems, localizada em Wichita, Kansas. A Spirit é uma das fornecedoras responsáveis por peças utilizadas na montagem das aeronaves.
Em nota enviada ao jornal The Hill, a Boeing afirmou que está empenhada em reforçar sua cultura de segurança e que implementou um Plano de Segurança e Qualidade sob supervisão da FAA. A empresa destacou que tem investido em treinamentos, fortalecimento das normas de produção e incentivo para que seus funcionários relatem eventuais problemas.
No início deste ano, a Spirit AeroSystems chegou a afastar 700 trabalhadores temporariamente por conta de uma greve na Boeing. Com a medida, houve redução de contratações e eliminação de horas extras, impactando diretamente o ritmo de produção. Atualmente, os modelos 737 MAX e 787 passam por inspeções individuais da FAA antes de receber o certificado de aeronavegabilidade. A produção do 737 MAX segue limitada a 38 unidades mensais, com valor estimado entre US$ 100 milhões e US$ 135 milhões por aeronave.