Com estiagem severa, Cetras de Ribeirão amplia atendimento a animais feridos

Centro de Triagem adota novos protocolos e reforça estrutura para cuidar de fauna silvestre atingida por queimadas na região

Por Plox

13/09/2025 14h42 - Atualizado há 3 dias

O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetras) de Ribeirão Preto (SP) intensificou seus esforços para acolher e tratar animais vítimas de queimadas, especialmente durante o período de estiagem.


Imagem Foto: Reprodução


Somente em 2024, a unidade recebeu 1.241 animais, muitos deles com queimaduras graves causadas por incêndios registrados nos meses de agosto e setembro. Alguns não resistiram aos ferimentos, enquanto outros não puderam ser reintegrados ao ambiente natural.


Com foco na melhoria do atendimento, o centro investiu em estruturas físicas e adotou novos protocolos laboratoriais. O fluxo de entrada foi informatizado e o acompanhamento dos animais passou a ser feito por meio de um software especializado.



A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) informou que a unidade conta com procedimentos específicos para o tratamento de queimaduras, reforçando a capacidade de resposta emergencial.


Na última semana, dois filhotes de urubu-de-cabeça-preta foram resgatados com ferimentos nas penas, pele e vias aéreas, e seguem em tratamento no Cetras. Já uma ave da espécie tapicuru, resgatada em São Simão (SP), não resistiu aos ferimentos e morreu após ser levada à unidade.



Atualmente, o centro abriga 125 animais silvestres em reabilitação, distribuídos entre os setores de ambulatório (23), berçário (22) e quarentena (80). A maioria se encontra em recuperação estável, à espera de exames laboratoriais que determinarão a viabilidade da soltura.


Entre os casos de 2024, uma paca teve os quatro membros queimados e precisou de cuidados intensivos. Segundo o Cetras, os problemas mais comuns incluem lesões motoras e articulares, traumas, infecções, intoxicações e carência nutricional.



A seca severa que atinge Ribeirão Preto agravou a situação. Entre os dias 10 e 11 de setembro, a cidade registrou umidade relativa do ar entre 6% e 7%. No mesmo período, incêndios destruíram comunidades e levaram a prefeitura a adotar medidas emergenciais para proteger tanto a população quanto os animais.


A alimentação dos animais do Bosque Municipal foi ajustada e ações preventivas foram intensificadas em áreas verdes e urbanas, com monitoramento reforçado pela Secretaria de Meio Ambiente.



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