Com frota dos EUA no Caribe, Maduro convoca população para 'aprender a atirar'

Presidente da Venezuela mobiliza civis e militares diante de operação americana no sul do Caribe

Por Plox

13/09/2025 10h00 - Atualizado há cerca de 16 horas

A presença de uma força-tarefa naval dos Estados Unidos no sul do Caribe levou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a intensificar a mobilização de forças militares e civis em seu país.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


Durante um evento do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), realizado na sexta-feira (12) em Caracas, Maduro convocou os jovens venezuelanos que se alistaram recentemente para se apresentarem aos quartéis no fim de semana. O objetivo, segundo o líder, é que recebam treinamento e aprendam a atirar para proteger a nação daquilo que ele classifica como uma ameaça norte-americana.



“Todos os venezuelanos que se alistaram devem se dirigir aos quartéis para receber treinamento e aprender a atirar nos polígonos de tiro para a defesa da pátria”, declarou Maduro, em discurso transmitido pela emissora estatal.


Embora Washington afirme que a movimentação da frota — composta por oito navios — visa combater o tráfico internacional de drogas, Maduro interpreta a ação como um ato de provocação e hostilidade disfarçada, sem qualquer anúncio oficial de medidas diretas contra a Venezuela.



Como resposta, o presidente venezuelano determinou o envio de pelo menos 25 mil militares às regiões fronteiriças com a Colômbia e o Caribe. Além disso, incentivou o alistamento na Milícia Bolivariana — uma força composta por civis — para reforçar a defesa do território em caso de uma possível invasão.


Durante o evento, o clima era festivo, com Maduro dançando e cantando antes de proferir seu discurso inflamado. “Fuzis, tanques e mísseis foram mobilizados por todo o país para defender nosso direito à paz. Quem quer paz, prepare-se para defendê-la”, afirmou.



Dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) indicam que a Milícia Bolivariana conta com cerca de 212 mil integrantes. Somando-se aos outros ramos das Forças Armadas, o efetivo militar do país chega a aproximadamente 335 mil pessoas. No entanto, especialistas militares consultados pela AFP apontam que apenas cerca de 30 mil milicianos estão devidamente treinados e armados. A força é composta, em grande parte, por aposentados, servidores públicos e membros do partido governista.



A escalada de tensões reacende o alerta para possíveis desdobramentos no cenário geopolítico da região.


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