Ampliação de vagas para presos em contratos governamentais está em discussão

Novo decreto propõe elevar a porcentagem mínima para emprego de presos e ex-detentos em serviços ao Estado

Por Plox

13/10/2023 10h06 - Atualizado há 11 meses

O governo federal avalia uma elevação na quantidade de vagas destinadas a presos ou ex-detentos em contratos de prestação de serviços ao Estado. A normativa atual, originada de um decreto presidencial de 2018, destina entre 3% e 6% dessas vagas a indivíduos que estão ou estiveram no sistema prisional, tendo variações dependendo da quantidade de empregados necessários para a execução do contrato. Agora, surge uma discussão sobre a definição de uma cota mínima de 8% para esse segmento, conforme indica a minuta de um novo decreto em análise no Ministério da Justiça e Segurança Pública. As vagas seriam divididas da seguinte maneira: 4% para pessoas privadas de liberdade, 2% para ex-detentos e 2% para indivíduos cumprindo alternativas penais ou monitoramento eletrônico.

FELLIPE SAMPAIO/DIVULGAÇÃO/STF - 25.7.2023

 Questões Raciais e Discriminação na Pauta

A proposta em discussão também engloba a destinação prioritária das vagas a pessoas pretas e pardas, em alinhamento com a proporção deste grupo na unidade federativa onde os serviços serão prestados. Há uma clara menção contra qualquer forma de "tratamento discriminatório" para com os presos que vierem a ser contratados, assinalando uma preocupação em assegurar equidade durante o processo de reinserção destes indivíduos no mercado de trabalho.

Desafios Estruturais e Repercussões Sociais

A iniciativa de destinar uma reserva de vagas de trabalho para presos e ex-presos em contratos públicos é definida pela Secretaria Nacional de Políticas Penais como uma "ação afirmativa", apontando para os significativos desafios que o sistema prisional brasileiro enfrenta, em especial o problema da superlotação. A reintegração desses indivíduos na sociedade, por meio do trabalho, é percebida não apenas como um estímulo à mudança de comportamento e inclusão social, mas também como uma ferramenta que possibilita a igualdade de oportunidades e é beneficiária para a sociedade em geral. Contudo, o decreto ainda está em fase de análise e diversas partes envolvidas estão considerando diversas perspectivas sobre a questão.

A reinserção de presos e ex-detentos no mercado de trabalho é um tópico que tem recebido atenção no contexto brasileiro, levando em consideração tanto aspectos sociais quanto estruturais do sistema prisional. A proposta de um novo decreto, que visa a ampliar as cotas de vagas destinadas a esse público em contratos de prestação de serviços ao Estado, gerando, assim, uma série de discussões e análises sob diversas perspectivas e interesses.

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