"Meu filho vai voltar sorrindo": Mãe mineira encara a convocação de filho para guerra em Israel

Raphael Ramos, jovem brasileiro-israelense, é chamado para a linha de frente do conflito entre Israel e Hamas, elevando preocupações e esperanças em sua família

Por Plox

13/10/2023 08h41 - Atualizado há 11 meses

Alice Ramos, uma belo-horizontina residente em Israel há três décadas, enfrenta agora um dos períodos mais difíceis de sua estadia no país. Seu filho, Raphael Ramos, foi um dos 360 mil reservistas convocados para participar do conflito violento na fronteira com a Faixa de Gaza. Com a escalada da violência e mais de 2.700 mortes registradas, a família de Raphael, parte em Israel e parte em Belo Horizonte, vive momentos de angústia e preocupação.

 

 

Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

No sábado (7), o início abrupto do conflito foi marcado pelo ataque-surpresa do grupo extremista Hamas, que busca uma retomada territorial. Desde quarta-feira (11), Raphael está estacionado em Kfar Aza, localidade próxima ao epicentro das hostilidades.

Alice, em meio ao caos e ao som de sirenes, mantém uma esperança resistente. Ela afirmou a "O Tempo" que, apesar da dificuldade em manter a comunicação constante com o filho devido às circunstâncias, acredita em seu retorno seguro: "Ele foi sorrindo e vai voltar sorrindo”, expressa a mãe, com uma mescla de esperança e apreensão.

 

O Destino de Quem Vai para a Guerra

Embora Raphael tenha nascido em Belo Horizonte, sua vida foi majoritariamente vivida em Israel, para onde se mudou aos 2 anos e meio. Ele já havia cumprido seu serviço militar obrigatório no Exército israelense e trabalhava em bares de Tel Aviv, compartilhando a moradia com Alice e seu padrasto israelense.

Enquanto a guerra desenrola-se a distância, Flávio Ramos Soares do Amaral, irmão de Raphael que reside em Belo Horizonte, compartilha os sentimentos da família brasileira: apreensão e confiança. A família em BH, cercada pelo receio que a grandiosidade do ataque provoca, mantém-se esperançosa de que tudo terminará bem.

 

O Clamor por Paz e a Firmeza em Permanecer

Ao se despedir de um filho que marcha para a guerra, Alice também tem se dedicado a auxiliar compatriotas que procuram deixar Israel durante o conflito. Ela relata o desespero presente nas evacuações durante os alarmes de bombardeio, mas enfatiza que, mesmo sob a ameaça constante, o exército de Israel tem conseguido interceptar grande parte dos projéteis em Tel Aviv.

Com a determinação de quem já enfrentou outros três conflitos no país, Alice, que atualmente dirige uma escola infantil, permanece em Israel, país que escolheu para viver, mesmo em tempos belicosos. Seu relato é de ruas e praias vazias, enquanto ela e outros cidadãos procuram manter a normalidade possível em meio à crise.

 

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