Polícia descobre clínica de estética usada como fachada para prostituição e eventos sadomasoquistas
Poprietária do estabelecimento, de 52 anos, foi presa por rufianismo após confessar ganhar dinheiro com exploração sexual, mas pagou fiança e foi liberada
Por Plox
13/10/2024 10h50 - Atualizado há 9 meses
A polícia de Santos, no litoral paulista, desmascarou uma clínica de estética e massagem que funcionava como fachada para um clube de sadomasoquismo e prostituição. A proprietária do estabelecimento, de 52 anos, foi presa por rufianismo após confessar que lucrava com a exploração sexual de outras mulheres. Apesar de detida, a mulher foi liberada após pagar fiança de R$ 2,8 mil.

Denúncia anônima revela esquema de exploração sexual
A investigação começou após uma denúncia anônima recebida pelo 2° Distrito Policial (DP) de Santos. A denúncia indicava que, além da fachada de clínica de estética, o local abrigava um esquema de prostituição e eventos de sadomasoquismo no bairro Encruzilhada. O local, segundo a polícia, funcionava há pelo menos seis anos. Durante esse tempo, diversas atividades ilícitas, incluindo o uso de drogas e violência, eram realizadas.

Exploração sexual e rufianismo
O crime que a proprietária responde, rufianismo, está previsto no artigo 230 do Código Penal brasileiro, que trata da exploração financeira da prostituição de outra pessoa. O advogado criminalista João Carlos Pereira Filho explicou que, nesse tipo de crime, a pena varia de 1 a 4 anos de prisão, além de multa. "Uma pessoa exerce a atividade [prostituição], e outra obtém parte dos dividendos - não necessariamente sendo sustentada por isso", esclareceu.

Se houver comprovação de que a exploração sexual envolveu violência, grave ameaça ou fraude, a pena pode aumentar para 2 a 8 anos de prisão. Em casos onde a vítima tenha entre 14 e 18 anos e o crime seja cometido por pessoas próximas, como familiares ou empregadores, a punição pode chegar a 3 a 6 anos de prisão, além da multa.
Operação policial flagra local de prostituição e sadomasoquismo

Os policiais chegaram ao local após seguirem uma testemunha, que entrou no estabelecimento. Ao tocar o interfone, a dona da clínica abriu a porta e os agentes se identificaram. Dentro, eles encontraram diversos cômodos equipados com instrumentos de sadomasoquismo, um bar com bebidas alcoólicas e itens como sildenafila (medicamento para disfunção erétil) e preservativos.
A proprietária alegou que o espaço funcionava como um "clube fechado de sadomasoquismo", frequentado por homens que contratavam mulheres para terem relações sexuais. Ela confirmou que explorava a prostituição para obter lucros e que o local não possuía alvará de funcionamento.

Confissão e prisão
Diante das evidências, como anotações e comandas que indicavam a exploração sexual, a dona do estabelecimento foi presa em flagrante. Durante o depoimento, a proprietária confessou ganhar dinheiro com a prostituição de outras mulheres, o que levou à acusação de rufianismo. Uma testemunha que trabalhava no local como massoterapeuta afirmou que não participava das atividades de prostituição.

Apesar da prisão, a proprietária foi liberada após pagar a fiança estipulada em R$ 2,8 mil, e o caso continua sob investigação pelas autoridades.