Defesa de Zambelli alega motivação política e critica atuação de juiz italiano

Advogado afirma que magistrado responsável por manter parlamentar presa tem viés ideológico e relaciona visitas de autoridades brasileiras à decisão

Por Plox

13/10/2025 11h41 - Atualizado há cerca de 4 horas

O advogado Fabio Pagnozzi, responsável pela defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), utilizou as redes sociais para se manifestar após a Corte de Cassação da Itália rejeitar o recurso que pedia a soltura da parlamentar. Segundo ele, o processo tem um viés político evidente e seria conduzido por um juiz com alinhamento ideológico à esquerda.


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


Pagnozzi afirmou que o magistrado responsável pela decisão é o mesmo que, no passado, condenou o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi a quatro anos de prisão. Essa informação, segundo ele, reforçaria a tese de que o julgamento não é imparcial.
“O juiz que assina esta decisão, da qual ainda não tivemos acesso ao conteúdo, é o mesmo juiz que condenou Berlusconi a quatro anos de prisão. É um juiz de esquerda. A defesa pensa, às vezes, que colocaram um time de fuzilamento dentro deste processo da Carla Zambelli”

, declarou o advogado.

A decisão que mantém Zambelli presa foi tomada na quarta-feira (8), e obriga a deputada a continuar em custódia enquanto tramita o processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro. A Corte de Cassação é a última instância do sistema judiciário italiano.


Pagnozzi também mencionou que ainda não teve acesso completo à decisão, sendo informado de forma informal pela Secretaria da Corte sobre o resultado. Para ele, o caso é um “absurdo”, pois Zambelli estaria detida sem passaporte e sem oferecer risco de fuga. Ele reforçou que, em sua visão, não há espaço para uma análise puramente jurídica.
“Mais do que um processo jurídico, esse é um processo político. Independe de qualquer coisa que um advogado protocole. Esse processo é político”

, reiterou.


Outro ponto levantado pelo advogado foi a presença de autoridades brasileiras na Itália durante o período em que o processo contra a parlamentar estava em andamento. Segundo ele, quatro ou cinco ministros do Supremo Tribunal Federal estiveram no país europeu enquanto Zambelli permanecia presa, e a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Itália, marcada para o dia 13, aconteceria logo após a decisão da Corte.
“Se prestarmos atenção, quatro ou cinco ministros do STF foram à Itália enquanto a deputada Carla Zambelli estava custodiada. Mas agora aqui, dia 13, o presidente da República, Lula, vai até a Itália, logo depois do julgamento da Corte que manteve a prisão da deputada”

, afirmou.


Pagnozzi informou ainda que a defesa pretende recorrer a instâncias internacionais para contestar a decisão. Segundo ele, junto com aliados parlamentares, será protocolado o caso tanto na Corte Interamericana quanto na Corte Europeia de Direitos Humanos.


A deputada Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a uma pena de dez anos de prisão, sob acusação de envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela está detida desde o final de julho em Roma, capital italiana.



A defesa segue mobilizada para reverter a decisão e aponta que todos os esforços legais e diplomáticos continuarão sendo realizados nos próximos dias.


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