Designer perde a visão após beber álcool contaminado com metanol em bar de SP
Radharani Domingos relatou o drama vivido após consumir bebida adulterada e diz estar se adaptando à nova realidade
Por Plox
13/10/2025 11h23 - Atualizado há cerca de 5 horas
O drama enfrentado por Radharani Domingos, de 43 anos, veio à tona após ela perder completamente a visão por conta de uma intoxicação por metanol. A designer de interiores relatou, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, o impacto de ter ficado cega depois de consumir uma bebida alcoólica contaminada em um bar na zona oeste de São Paulo.

No dia 19 de setembro, Radharani saiu para comemorar o aniversário de uma amiga no bar Ministrão, localizado no bairro dos Jardins. No dia seguinte, começou a se sentir mal e a apresentar sintomas visuais. Inicialmente, os médicos suspeitaram de um acidente vascular cerebral (AVC), já que os primeiros exames de sangue não identificaram a presença da substância tóxica.
Somente dez dias depois da internação foi confirmada a presença de metanol no organismo de Radharani. Ela ficou internada por 15 dias, sendo parte desse período em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após a alta, já somava 18 dias sem enxergar e ouviu de um médico oftalmologista que sua cegueira era permanente. Ainda assim, foi indicada para um tratamento experimental, sem comprovação científica, com esperanças de algum progresso futuro.
“A revolta nesse momento é tentar entender porque estão adulterando a bebida. Me envenenaram e estão envenenando outras pessoas. É revoltante você pedir caipirinha e tomar metanol”
, desabafou a vítima, visivelmente abalada.
O bar onde ela esteve foi interditado pela vigilância sanitária após surgirem relatos de contaminação por metanol em bebidas servidas no local. A denúncia feita por Radharani é uma das primeiras manifestações públicas de vítimas da intoxicação.
Em casa, ela agora tenta adaptar-se a uma nova realidade. Segundo relatou, o processo tem sido difícil. “Um pouco de alívio de sair do ambiente hospitalar depois de 15 dias e um pouco de pânico. Eu sou muito ativa em casa, eu sou muito ativa na vida e aí você parar, depender totalmente. Não dá para descrever”, declarou.
Ainda que o diagnóstico médico seja de cegueira permanente, Radharani mantém a esperança de recuperação parcial da visão por meio do tratamento alternativo. Enquanto isso, sua história serve de alerta para o risco de adulterações em bebidas e a necessidade urgente de fiscalizações rigorosas em estabelecimentos comerciais.