Lula diz que Trump tomou decisões baseadas em informações erradas sobre o Brasil

Durante uma entrevista concedida ao jornal italiano

Corriere della Sera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou detalhes das conversas recentes que manteve com o presidente americano Donald Trump. Segundo o petista, foram dois diálogos “excelentes” e “amistosos”, nos quais ambos abordaram temas ligados à política e ao comércio internacional.

Lula contou que o primeiro encontro ocorreu em Nova Iorque e o segundo, na semana anterior, por telefone. O líder brasileiro disse estar convencido de que algumas decisões do presidente dos Estados Unidos “se basearam em informações incorretas” sobre o Brasil. “Tive duas excelentes reuniões com o presidente Trump, primeiro em Nova Iorque e depois na semana passada por telefone. Foram conversas muito amistosas entre dois presidentes com experiência de dois países que representam as maiores democracias do Ocidente. Nossas equipes estão trabalhando para agendar uma reunião presencial”, declarou.

Ao comentar as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, Lula reafirmou a disposição de seu governo em manter o diálogo. Ele ressaltou que o país sempre esteve aberto à negociação, mas deixou claro que a soberania nacional é inegociável. “O Brasil sempre esteve aberto ao diálogo e à negociação, mantendo uma postura muito clara: nossa democracia e soberania não são negociáveis”, afirmou o presidente.

“Brasil e Estados Unidos têm 201 anos de sólidas relações diplomáticas e comerciais, e graças a este diálogo poderemos fortalecê-las ainda mais, em uma verdadeira relação de benefício mútuo”

, completou Lula, destacando o papel da diplomacia para o fortalecimento dos laços entre as nações.

Questionado sobre as declarações de Trump, que chamou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “caça às bruxas”, Lula respondeu que nenhum tribunal pode ser desviado de sua missão de aplicar a lei. Ele também mencionou que houve uma tentativa de golpe de Estado e um complô para assassiná-lo. “Houve uma tentativa de golpe de Estado no Brasil e um complô para me assassinar, assim como ao vice-presidente e a um ministro do Supremo Tribunal. Agora, pela primeira vez em 525 anos de história, um ex-chefe de Estado foi condenado por um complô golpista. Isso servirá de exemplo para que ninguém se atreva a atacar novamente o Estado de Direito democrático no Brasil”, concluiu.