Dia Mundial do Diabetes: os riscos da doença durante a gestação, explica especialista

Médica obstetra da FSFX orienta sobre os cuidados que merecem atenção, em especial no período da gravidez.

Por Plox

13/11/2023 11h05 - Atualizado há mais de 1 ano

A Diabetes é uma doença crônica e silenciosa por raramente apresentar sintomas que agem diretamente na forma como o organismo processa a glicose (açúcar) como fonte de energia. De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), estima-se que, em todo o mundo, cerca 500 milhões de pessoas convivem com a doença. Para ampliar a conscientização sobre a doença e destacar a importância da prevenção, dos cuidados e do diagnóstico, no dia 14 de novembro, é celebrado o Dia Mundial da Diabetes. 

Assista à entrevista da médica Débora Schittini, ginecologista e obstetra da Fundação São Francisco Xavier 

Entre os diferentes tipos da doença, a diabetes gestacional, a forma de manifestação que afeta as mulheres durante o período de gravidez, requer um cuidado especial, segundo especialistas. Na unidade do Hospital Márcio Cunha em Ipatinga, em média, noventa gestantes são atendidas mensalmente com o diagnóstico da doença durante o período gestacional.

É o caso da funcionária pública, Elaine Reggiane Lima, 30 anos, que durante a primeira gravidez foi diagnosticada com diabetes gestacional, após um exame de rotina solicitado pela obstetra. Para Elaine, que não apresentava fatores de risco para a doença, fazer o pré-natal foi importante para identificação e acompanhamento da diabetes, além de receber orientações que, segundo ela, foram essenciais para garantir uma gestação tranquila. 

Foto: Divulgação FSFX

 

“Fiquei apreensiva com o diagnóstico. Tive que começar a fazer um acompanhamento rigoroso, medir a glicemia até 5 vezes ao dia e controlar a alimentação. As consultas do pré-natal, que antes eram mensais, passaram a ser quinzenais. Mesmo assim, ainda precisei fazer o uso da insulina”, alerta Elaine, que seis semanas após o parto já estava com a glicose controlada. 

Débora Schittini é médica ginecologista e obstetra da Fundação São Francisco Xavier e acompanhou Elaine durante a gravidez nos atendimentos no Hospital Márcio Cunha. Para a médica, a identificação da diabetes gestacional é feita durante os exames de rastreio do pré-natal e demanda uma abordagem cuidadosa. De acordo com a obstetra, a primeira análise é feita por meio de um exame glicemia recomendada no primeiro trimestre de gestação. No segundo trimestre, entre 24 e 28 semanas, é realizado um exame denominado Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG), e no último trimestre de gravidez é recomendado um novo teste de glicemia. Segundo a especialista, o tipo da doença que acomete as grávidas é uma condição específica para o período, o que difere dos outros tipo de diabetes, classificadas entre 1 e 2. 

“O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial, permitindo intervenções adequadas para garantir uma gestação saudável para mãe e filho. Os riscos da diabetes gestacional vão desde a alteração de peso e malformação fetal, podendo causar também aumento do líquido amniótico, complicações no parto, além de também pode causar um óbito fetal súbito intraútero”, alerta a Débora. 

Foto: Divulgação FSFX

 

Prevenção

Entre os principais fatores de risco para diabetes gestacional estão, casos da doença na família, maternidade em idade avançada, obesidade, além de histórico da patologia em gestações anteriores. Realizar o acompanhamento médico regular e adotar uma rotina de vida com hábitos mais saudáveis contribuem para o gerenciamento dos riscos. Entre as principais recomendações dos especialistas se destacam a adoção de uma alimentação balanceada, prática de atividades físicas, monitoramento regular da glicose, controle do peso e seguir as recomendações médicas. Adotar práticas preventivas contribuem para uma redução dos riscos de desenvolver a diabetes gestacional, além de assegurar uma gravidez saudável, diminuindo as possibilidades de complicações para a mãe e o bebê.


 

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