Lula mira previdência dos militares em plano de corte de gastos

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu incluir o Ministério da Defesa em seu plano de cortes de gastos com o objetivo de equilibrar as contas públicas e eliminar o déficit fiscal. Com o aumento das pressões fiscais, a previdência dos militares passou a ser um alvo central das negociações, dado o elevado déficit registrado no sistema, que atinge cerca de R$ 50 bilhões.

Resistência dos militares e cobrança por revisão no Judiciário

Apesar da determinação do governo em revisar os gastos com o sistema previdenciário dos militares, há uma resistência considerável entre as Forças Armadas em relação a mudanças profundas. Segundo o colunista Valdo Cruz, do portal G1, os militares manifestaram preferência por ajustes pontuais e insistem que outras áreas também passem por reavaliações de custos, especialmente o Judiciário, conhecido por salários e aposentadorias elevados.

O Ministério da Defesa declarou que considera injusto que somente os militares sejam alvo de cortes adicionais e destacou os “supersalários” do Judiciário como exemplo de áreas onde o governo poderia também buscar economia.

Déficit alarmante no sistema previdenciário dos militares

Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) ilustram o cenário preocupante do déficit da previdência militar. No último período, os gastos somaram R$ 58,89 bilhões, enquanto as receitas do sistema atingiram apenas R$ 9,1 bilhões, criando uma disparidade financeira significativa. A diferença reforça o argumento do governo pela necessidade de ajustes para reduzir as despesas e buscar um sistema mais sustentável.

Reunião entre ministros deve definir próximos passos

Na tentativa de avançar nas discussões e alinhar estratégias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir com o ministro da Defesa, José Múcio, nesta quarta-feira (13). O encontro tem como pauta principal as medidas de contenção de despesas e a inclusão da Defesa no pacote de cortes, um tema sensível que exige consenso para que o governo avance no ajuste fiscal.

As negociações indicam que o governo Lula está determinado a ampliar o escopo das reformas e que a previdência dos militares se tornou um ponto crucial para equilibrar o orçamento, ainda que enfrente resistência das Forças Armadas e setores relacionados.