Economia

Dólar inicia em queda após fim do shutdown nos EUA e expectativa no Ibovespa

Moeda americana recua para R$ 5,2850, embalada pelo cenário internacional e números do setor de serviços brasileiro; pesquisa aponta disputa acirrada entre Lula e Bolsonaro para 2026.

13/11/2025 às 09:19 por Redação Plox

O dólar iniciou esta quinta-feira (13) em queda, sendo negociado a R$ 5,2850 por volta das 9h05, com recuo de 0,13%. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre suas negociações às 10h, enquanto investidores voltam suas atenções ao cenário internacional e a atual conjuntura política e econômica do país.

Notas de dólar

Notas de dólar

Foto: bearfotos/Freepik


Tensões e expectativas no mercado global

Após o término da paralisação do governo dos Estados Unidos e com novas movimentações diplomáticas entre Brasil e EUA, o cenário externo retorna ao centro das atenções dos agentes financeiros. No Brasil, indicadores econômicos e questões políticas seguem impactando as projeções para as taxas de juros e para as eleições.

Paralisação chega ao fim nos EUA

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump sancionou o projeto que garantiu recursos para o funcionamento do governo, encerrando a mais longa paralisação da história americana, após 43 dias. O fim do impasse permite a retomada da divulgação de indicadores atrasados, fundamentais para as próximas decisões do Federal Reserve.

Agenda bilateral entre Brasil e Estados Unidos

Em Washington, o chanceler brasileiro Mauro Vieira se reúne com o secretário de Estado Marco Rubio para debater as tarifas impostas pelo governo americano a produtos como café e carne brasileiros, que impactam significativamente as exportações do país desde agosto.

Contexto nacional: expectativas sobre juros e política

No cenário doméstico, investidores aguardam os resultados de setembro do comércio varejista. Caso os números fiquem aquém das expectativas, cresce a aposta de antecipação do corte de juros. Ontem, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, procurou afastar especulações sobre uma possível redução iminente da taxa básica.

Além disso, nova pesquisa Genial/Quaest indica que o presidente Lula segue à frente nos cenários de segundo turno para 2026, porém sua vantagem sobre Jair Bolsonaro diminuiu — agora em 42% a 39%, frente a 46% a 36% registrados em outubro. O levantamento mostra ainda queda das diferenças entre Lula e outros possíveis adversários.

Desempenho de dólar e Ibovespa

No acumulado da semana, o dólar registra -0,82%; no mês, -1,63%; e no ano, -14,36%. Já o Ibovespa acumula +2,32% nesta semana, avanço de +5,41% no mês e impressionantes +31,05% no ano.

Crescimento no setor de serviços brasileiro

O setor de serviços do Brasil avançou acima do esperado em setembro, segundo dados do IBGE divulgados na quarta-feira. Foi a oitava alta seguida, atingindo o maior nível histórico. Na comparação com agosto, o crescimento foi de 0,6% com ajuste sazonal; em relação a setembro do ano anterior, a alta chegou a 4,1%. Economistas consultados projetavam resultados mais modestos para ambos os períodos.

Três das cinco atividades avaliadas apresentaram alta no mês. O destaque ficou com transportes, que subiu 1,2%, impulsionado principalmente pelo transporte rodoviário de cargas. Outros segmentos, como informação e comunicação, também cresceram 1,2%, enquanto o grupo “outros serviços”, que abrange seguros, planos de saúde e previdência, aumentou 0,6%.

Por outro lado, os serviços profissionais e administrativos recuaram 0,6%, e os prestados às famílias tiveram queda de 0,5%, influenciados por menor receita nos restaurantes.

a recuperação do transporte rodoviário de cargas tem sido determinante para essa sustentação do setor de serviços Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa no IBGE

Detalhes do fim do shutdown nos EUA

O Congresso americano aprovou o acordo que restabelece o financiamento das agências federais, permitindo o funcionamento do governo até 30 de janeiro de 2026. A medida também garante o pagamento retroativo a servidores, como controladores de tráfego aéreo. Internamente, a proposta causou divisões entre democratas e incertezas sobre a extensão de subsídios de saúde, tema que deve voltar ao debate em dezembro.

A paralisação gerou impacto em diversos serviços, incluindo mais de mil voos cancelados apenas na terça-feira e instabilidade em programas sociais como o SNAP, que atua na assistência nutricional.

Desempenho das bolsas no exterior

Em Wall Street, os principais índices fecharam sem direção única, com atenção direcionada ao fim da paralisação do governo. O S&P 500 subiu 0,06%, atingindo 6.851,01 pontos, e o Dow Jones avançou 0,68%, para 48.255,07 pontos, enquanto o Nasdaq cedeu 0,26%, aos 23.406,46 pontos.

Na Europa, as bolsas mantiveram a trajetória de alta iniciada na semana, impulsionadas pela expectativa de resolução do impasse nos EUA e pela retomada na divulgação dos dados econômicos. O CAC 40 francês avançou 1,04%, o DAX alemão subiu 1,22% e o FTSE 100 do Reino Unido teve alta discreta de 0,12%.

Os mercados asiáticos tiveram resultados variados. Hong Kong registrou valorização considerável, enquanto a China continental caiu após o banco central sinalizar pouca disposição para flexibilização monetária. Tóquio encerrou com ganho de 0,43%, Hong Kong subiu 0,85%, Xangai recuou 0,07% e o CSI300 cedeu 0,13%. Outros mercados, como Seul, Taiwan e Cingapura, fecharam em alta.

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