Saúde

Fumo passivo ameaça saúde de não fumantes, alertam especialistas

Crianças, gestantes e idosos correm maior risco de doenças graves devido à exposição à fumaça, mesmo sem nunca terem fumado.

13/11/2025 às 08:26 por Redação Plox

Mesmo quem nunca fumou pode sofrer com os efeitos nocivos do fumo passivo. A inalação involuntária da fumaça do cigarro está entre as principais causas evitáveis de doenças respiratórias e cardiovasculares no mundo. A exposição pode ocorrer em ambientes domésticos, no carro ou em locais públicos, onde substâncias químicas tóxicas e cancerígenas estão presentes na fumaça.

De acordo com a OMS, pessoas expostas à fumaça de cigarro têm de 24% a 30% mais chances de desenvolver câncer de pulmão em comparação aos não fumantes

De acordo com a OMS, pessoas expostas à fumaça de cigarro têm de 24% a 30% mais chances de desenvolver câncer de pulmão em comparação aos não fumantes

Foto: Reprodução

Riscos aumentados em ambientes fechados

Em locais sem ventilação, os efeitos do fumo passivo se intensificam. Bastam alguns minutos de exposição para desencadear reações nos pulmões, principalmente em pessoas com doenças como asma e bronquite crônica. Crianças, gestantes e idosos compõem o grupo mais vulnerável, pois possuem sistemas respiratórios frágeis ou ainda em desenvolvimento.

Doenças ligadas ao fumo passivo

Entre os prejuízos à saúde, destacam-se o risco acrescido de câncer de pulmão e o agravamento de condições como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A exposição contínua também favorece inflamações nas vias aéreas, reduz a capacidade pulmonar e pode enfraquecer o sistema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a infecções respiratórias e ao agravamento de doenças pré-existentes.

Segundo o pneumologista Alfredo Santana, do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília:

Alfredo Santana O tabagismo passivo pode ser equivalente a fumar até 14 cigarros por dia, dependendo da intensidade da exposição. A fumaça contém os mesmos carcinógenos e oxidantes do cigarro ativo, capazes de provocar inflamação crônica, alterações no DNA e disfunções pulmonares.

O risco de desenvolver doenças é ainda maior quando há convivência prolongada com fumantes, principalmente no ambiente doméstico. Estudos apontam que pessoas que passaram 30 anos ou mais respirando fumaça em casa apresentam um risco 1,6 vez maior de câncer de pulmão em comparação a quem não teve contato.

Crianças, gestantes e idosos: os mais atingidos

Os efeitos do fumo passivo variam de acordo com a idade e as condições de saúde. Em crianças e bebês, cujo sistema respiratório ainda está em formação, o contato com substâncias tóxicas pode comprometer o desenvolvimento saudável dos pulmões. Especialistas apontam que a exposição favorece crises de asma e alergias, aumenta o risco de bronquiolite e pneumonia, pode causar infecções respiratórias graves e leva a maior probabilidade de hospitalização em casos de gripe ou resfriado.

No caso dos idosos, a redução natural da capacidade pulmonar e da resposta imunológica dificulta a recuperação e aumenta as complicações diante de doenças respiratórias e cardiovasculares.

Durante a gestação, a exposição à fumaça afeta tanto a mãe quanto o bebê, elevando o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e alterações no desenvolvimento, além de estar associada à síndrome da morte súbita infantil após o nascimento.

O oncologista Rafael Amaral, coordenador do centro de oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, destaca:

Rafael Amaral Não existe nível seguro de exposição à fumaça do cigarro. Mesmo em ambientes abertos, os biomarcadores de substâncias cancerígenas se elevam no organismo, o que mostra que qualquer contato representa um risco real à saúde.

Ambientes fechados potencializam danos

Em espaços sem circulação de ar, a fumaça do cigarro se acumula e pode permanecer no ambiente por tempo prolongado, tornando casas, carros e escritórios pontos críticos de exposição. Mesmo após o cigarro ser apagado, partículas tóxicas persistem no ar e continuam sendo inaladas. Nesses ambientes, a alta concentração de compostos químicos intensifica sintomas como tosse, falta de ar e chiado.

Cigarros eletrônicos também são perigosos

Além do cigarro tradicional, dispositivos eletrônicos representam ameaça à saúde. O vapor liberado contém nicotina, metais pesados e outros compostos capazes de causar inflamação e danos celulares nas vias respiratórias, agravando quadros clínicos e elevando os riscos para quem compartilha o mesmo ambiente.
Informações relatadas pelo portal Metrópoles.

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