Dia trágico para Israel em Gaza: dez soldados mortos em emboscada do Hamas
Exército israelense enfrenta um dos dias mais mortais; conflito em Gaza intensifica com aumento significativo de baixas
Por Plox
13/12/2023 10h06 - Atualizado há cerca de 1 ano
Um dos dias mais mortais para o Exército de Israel se desenrolou na última terça-feira (12) em Gaza, onde dez soldados israelenses perderam suas vidas. Esse acontecimento marca um dos episódios mais trágicos para as forças de Tel Aviv desde o início do atual conflito com o Hamas, considerado uma facção terrorista por Israel. O trágico saldo incluiu a morte de Ben Basat, de 44 anos, comandante do batalhão e oficial de mais alta patente do Exército israelense a morrer na ofensiva em Gaza até o momento.
A fatalidade ocorreu durante uma emboscada na região de Shejaiya, próxima à densamente povoada Cidade de Gaza. A maioria dos soldados mortos pertencia à Brigada Golani, uma unidade de infantaria do Exército israelense, que estava operando em Gaza com o objetivo de "limpar Shejaiya da infraestrutura do Hamas", segundo declarações do Exército de Israel.
Com essas baixas, o número de soldados israelenses mortos no atual conflito ascende a 115. A ofensiva terrestre, que inicialmente se concentrava no norte de Gaza, expandiu-se para o sul da região há uma semana. Essa intensificação das hostilidades em Gaza resultou em um elevado número de vítimas e danos significativos.
Lynn Hastings, da Ocha, agência de assuntos humanitários da ONU, descreveu a situação em Gaza como crítica, com um sistema de saúde à beira do colapso. Até esta terça-feira, estima-se que 18,2 mil palestinos tenham morrido, a maioria em Gaza, de acordo com autoridades de saúde locais associadas ao Hamas. Além disso, há relatos de 128 mortes na Cisjordânia e cerca de 1.000 em Israel, inclusive de pessoas envolvidas nos ataques de 7 de outubro.
O conflito em Gaza forçou quase toda a população da faixa, cerca de 1,9 milhão de pessoas, a abandonar suas casas. A maioria encontra-se abrigada em instalações da UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos, enquanto outros se refugiaram em casas de familiares.
A situação dos reféns também continua a ser uma preocupação. As Forças de Defesa de Israel relataram nesta quarta-feira (13) a recuperação dos corpos de mais dois reféns mortos em Gaza, um deles civil e outro militar. Entre os reféns ainda mantidos em Gaza, suspeita-se que Michel Nisenbaum, brasileiro natural de Niterói e residente em Israel desde a adolescência, esteja incluído. Sua família veio ao Brasil para pedir apoio, encontrando-se com o presidente Lula em Brasília e posteriormente viajando a São Paulo.
Além das questões militares e humanitárias, o conflito enfrenta agora um novo desafio: as condições climáticas adversas. Com previsão de fortes chuvas na região, há temores de inundações, especialmente nas áreas do sul de Gaza, onde se concentra a maioria dos refugiados.
A pressão internacional sobre Israel aumentou após a Assembleia-Geral da ONU aprovar uma resolução que pede um cessar-fogo imediato em Gaza. A resolução, de caráter recomendatório, foi apoiada por 153 dos 193 países-membros, incluindo o Brasil. Contudo, Israel e os Estados Unidos estavam entre os dez países que votaram contra, enquanto outros 23 se abstiveram.