Pesquisa Gerp aponta empate técnico entre Flávio Bolsonaro e Lula na corrida de 2026
Levantamento nacional com 2 mil entrevistados indica Flávio Bolsonaro com 42% e Lula com 41% em simulação de segundo turno, dentro da margem de erro
O governo brasileiro monitora de perto a reforma tarifária em curso no México, que prevê aumento nas tarifas de importação para países que não possuem acordo de livre-comércio com o país latino-americano. Em nota conjunta divulgada nesta sexta-feira (12), os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e das Relações Exteriores reconheceram a preocupação com a medida, mas informaram que ainda aguardam a publicação do texto final da lei para avaliar com precisão seus impactos.
De acordo com a primeira análise do governo, a elevação tarifária não deve atingir o comércio bilateral do setor automotivo, hoje o principal eixo da relação comercial entre Brasil e México. O segmento é amparado por um acordo setorial de livre-comércio, o Acordo de Complementação Econômica número 55 (ACE 55), que rege trocas de veículos e autopeças entre os dois países.
Automóveis são itens de um acordo comercial entre Brasil e México
Foto: Agência Brasil
Ainda assim, a chancelaria e a área econômica do governo veem riscos para outras atividades exportadoras brasileiras. Segundo a nota oficial, há temor de que as mudanças no regime tarifário mexicano possam reduzir as vantagens hoje vigentes em setores não cobertos pelo acordo automotivo e, com isso, afetar negativamente o fluxo de comércio e investimentos entre os dois países, dependendo das listas finais de produtos que serão divulgadas pelas autoridades mexicanas.
O pacote de aumento de tarifas foi aprovado pelo Senado do México na noite de quarta-feira (10). A medida eleva as taxas de importação de cerca de 1.463 produtos, distribuídos em 17 setores da economia. A proposta original, aprovada na Câmara dos Deputados, previa majorações ou criação de novas tarifas de até 50% a partir de 2026. No entanto, a maior parte desses percentuais foi reduzida para uma faixa entre 20% e 35% na tramitação no Senado. Em alguns casos específicos, como o de automóveis, a alíquota de 50% foi mantida.
A revisão tarifária ocorre em um contexto de forte pressão dos Estados Unidos sobre o México, em uma estratégia voltada a atingir o comércio chinês. A cobrança de 50% sobre determinados produtos deve incidir principalmente sobre a China, que respondeu por 20% das vendas de carros no mercado mexicano em novembro, segundo dados da Associação Mexicana de Distribuidores Automotivos.
O Brasil, por sua vez, busca ampliar e aprofundar os laços econômicos com o México. Em agosto, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também acumula o comando da pasta de Indústria e Comércio, chefiou uma comitiva a Cidade do México para encontros com o governo da presidente Claudia Sheinbaum, com foco em ampliar acordos comerciais e diversificar a pauta de exportações e importações.
Hoje, o intercâmbio comercial entre Brasil e México é estruturado principalmente em dois acordos de complementação econômica. Além do ACE 55, voltado ao setor automotivo, vigora o ACE 53, que reduz ou elimina tarifas de importação de quase 800 produtos de outros setores. Segundo o governo brasileiro, a balança comercial entre os dois países somou US$ 13,6 bilhões em 2024, o que reforça a relevância das negociações em torno das novas tarifas mexicanas.
Nesse contexto, a diplomacia brasileira vem mantendo contatos frequentes com autoridades mexicanas para discutir os potenciais efeitos da reforma tarifária sobre o comércio bilateral e buscar preservar as condições atuais de acesso aos mercados de ambos os lados.