Aumento de tarifa sobre etanol pode prejudicar empresas e estados nos EUA

Medida anunciada pelo governo americano impacta setor e preocupa produtores brasileiros

Por Plox

14/02/2025 10h24 - Atualizado há 27 dias

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, manifestou preocupação nesta quinta-feira (13) com a possibilidade de aumento da tarifa sobre a importação de etanol dos Estados Unidos. Segundo ele, o setor já está em diálogo com o governo brasileiro sobre o tema.

A decisão faz parte de uma ordem assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que estabelece tarifas recíprocas para países que, segundo o governo americano, impõem impostos sobre produtos norte-americanos. O etanol brasileiro foi citado como um dos exemplos dessa política.

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Impactos para o mercado brasileiro

O etanol brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar, é considerado mais sustentável e menos poluente do que o etanol de milho, fabricado nos Estados Unidos. Dados da Unica mostram que, em 2024, os EUA foram o destino de 27% das exportações brasileiras do produto, ficando atrás apenas da Coreia do Sul, que respondeu por cerca de um terço do total.

Gussi lamentou a decisão de Trump, destacando que os dois tipos de etanol possuem características distintas. "A razão pela qual os Estados Unidos importam etanol do Brasil é porque o etanol brasileiro tem um nível de sustentabilidade, um nível de redução de emissões de gases do efeito estufa muito maior do que os Estados Unidos", afirmou.

Diferença nas tarifas

O decreto assinado por Trump destaca que os EUA aplicam uma tarifa de 2,5% sobre o etanol importado, enquanto o Brasil cobra 18% sobre o produto americano. Segundo o governo dos EUA, essa diferença fez com que, em 2024, o país importasse mais de US$ 200 milhões em etanol brasileiro, enquanto suas exportações para o Brasil somaram apenas US$ 52 milhões.

Consequências para estados e empresas nos EUA

A possível elevação das tarifas pode afetar especialmente estados como a Califórnia, que compra etanol brasileiro para cumprir metas de redução de emissões de carbono. Empresas comprometidas com a descarbonização também podem enfrentar dificuldades caso a medida se concretize.

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