Inteligência artificial amplia autonomia de pessoas com deficiência visual

A aplicação da inteligência artificial (IA) para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual será o foco da 8ª Convenção do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que acontece nesta sexta-feira (14/2) e sábado (15/2), em São Paulo. Especialistas e gestores de saúde debaterão como a IA vem sendo usada para aprimorar tecnologias assistivas, promovendo maior independência para pessoas cegas ou com baixa visão.

Avanços tecnológicos e autonomia

Entre os dispositivos que utilizam IA para auxiliar pessoas com deficiência visual estão as bengalas inteligentes e os sistemas de audiodescrição. As bengalas equipadas com sensores e conectividade via smartphones conseguem detectar obstáculos e fornecer orientações por meio de comandos de voz, permitindo deslocamentos mais seguros.

Já os sistemas de audiodescrição analisam fotos enviadas pelos usuários e fornecem descrições detalhadas de imagens, objetos e textos. Isso possibilita que pessoas com deficiência visual realizem tarefas cotidianas com mais autonomia, como a leitura de rótulos, identificação de itens e reconhecimento de ambientes.

Desafios éticos e técnicos

Embora as inovações tragam avanços significativos, especialistas alertam para os desafios éticos e técnicos envolvidos no desenvolvimento dessas ferramentas. Um dos principais pontos em debate será a necessidade de garantir a privacidade e a imparcialidade no uso de dados dos usuários.

O CBO destaca que os dispositivos de audiodescrição baseados em IA podem reforçar preconceitos caso não sejam alimentados com bases de dados objetivas e imparciais. Por isso, é essencial que os sistemas sejam desenvolvidos com critérios rigorosos para evitar vieses e assegurar que as informações fornecidas sejam precisas e inclusivas.

Tecnologias assistivas na oftalmologia

As tecnologias assistivas na área oftalmológica abrangem uma série de recursos projetados para melhorar a independência de pessoas com deficiência visual. Segundo o CBO, essas soluções vão desde dispositivos específicos até sistemas complexos, desenvolvidos para atender necessidades bem definidas.

"Soluções baseadas em IA têm oferecido assistência visual a pessoas com deficiência, permitindo descrições de imagens, objetos e textos sem a necessidade de um voluntário, o que aumenta sua autonomia", destaca a entidade médica.

O encontro em São Paulo será uma oportunidade para discutir o futuro dessas tecnologias e os próximos passos para ampliar a acessibilidade e a inclusão por meio da inteligência artificial.