Síndrome do Ninho Vazio: como lidar com a partida dos filhos?

Apoiar a decisão dos filhos e prezar pela realização deles, é a melhor saída nesse caso. As mães são as mais atingidas pela síndrome

Por Plox

14/03/2022 15h52 - Atualizado há cerca de 2 anos

Os jovens estão deixando a família, às vezes para bem longe, cada vez mais cedo. Seja para estudar fora do país em um programa de intercâmbio ou mesmo para trilhar seu caminho rumo à fase adulta. Na teoria todas as mães sabem que criam os filhos para o mundo, mas quando chega à hora e eles resolvem sair de casa, a história muda de figura e na prática é a saudade que entra em cena. Porém, não saber lidar com ela pode acarretar a chamada “síndrome do ninho vazio”.

Foto: Divulgação

 

De acordo com a psicanalista Kélida Marques, isso acontece, pois “os seres humanos precisam de uma complementação e quem nos dá isso são os nossos filhos, que naturalmente nos preenchem”. E, em função do elo maternal estabelecido na infância, o transtorno atinge principalmente as mulheres. Dessa forma, por causa do grande vazio existencial causado pelo distanciamento, ainda que provisório em alguns casos, os pais tendem a encarar a mudança de forma negativa.

Porém, por mais que a saudade fale alto, é possível minimizá-la com algumas recomendações simples. O envolvimento da mãe e do pai ao longo de toda a jornada, desde a tomada de decisão até a preparação para a viagem, é fundamental para facilitar o processo e gerar mais confiança. “Além disso, é importante que a agência de intercâmbio especializada esteja sempre ao lado do aluno, dando suporte a ele e a família sobre cada passo da viagem, pois isso ajudará a família a se sentir mais segura e viver a experiência junto com o aluno”, explica Arleth Bandera.

A empresária, afirma que é importante que os pais sejam 100% ativos nessa experiência, ajudando a dar assistência identificando oportunidades de atividades extracurriculares e compreendendo os momentos de estresse, afinal, é um caminho longo e o cansaço pode aparecer em forma de irritação.  “Incentivar a autonomia pode ser doloroso de inicio, mas ajuda o jovem a confiar na sua capacidade de solucionar questões do cotidiano. Os pais sempre relatam essa experiência como enriquecedora no amadurecimento dos filhos”, conta Bandera.

Mas, como ressignificar esse sentimento de falta dos filhos e encontrar um sentido positivo para a fase que está vivendo? Para a especialista Kélida, “ao invés de focar na saudade e na falta que os filhos fazem na rotina, procure pensar no quanto os momentos que viveram juntos foram importantes e fundamentais para que eles se tornassem os adultos que são hoje”.

Ao invés de sofrer porque não verá mais o seu filho todos os dias, a psicanalista dá a dica: “escolha se alegrar com mais esse passo que ele ou ela está dando na vida. Lembre-se disso, mande embora este sentimento de vazio e preencha seu tempo cuidando cada vez melhor da sua qualidade de vida, pois você merece”, resume. Arleth Bandera complementa, “Se o seu filho está em outra fase da vida, estudando em outro país e preparando-se para ter um futuro profissional de sucesso, isso é motivo de orgulhar-se. E para enfrentar a distância e a saudade, a tecnologia e a internet são aliadas fundamentais nesse período”, finaliza.


 

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