Acordo nuclear em risco após ameaça de Trump ao Irã

Presidente dos EUA diz que pode ordenar ataque a instalações nucleares iranianas se país insistir em desenvolver arma nuclear

Por Plox

14/04/2025 15h31 - Atualizado há 9 dias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar a tensão internacional ao afirmar nesta segunda-feira (14) que o Irã enfrentará 'consequências severas' caso continue com seu plano de adquirir uma arma nuclear.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo



Durante uma entrevista com jornalistas, Trump foi direto ao ser questionado sobre a possibilidade de um ataque militar às instalações nucleares do Irã. 'É claro que sim', respondeu, deixando clara a disposição dos EUA de agir militarmente caso Teerã insista em seu programa nuclear.


As declarações surgem poucos dias após o governo iraniano afirmar que teve uma conversa 'produtiva' com os Estados Unidos. Segundo o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, os dois países concordaram em avançar nas negociações no próximo dia 19 de abril.



A Casa Branca reconheceu a reunião como um passo promissor, descrevendo os temas discutidos como complexos. Em entrevista à TV estatal, Araqchi expressou otimismo, afirmando que a primeira fase das conversas foi positiva e que há expectativa de avanços significativos na próxima rodada.


Apesar do clima mais ameno da negociação, o Irã exige o fim das sanções econômicas impostas pelos EUA e não aceita participar de um processo que considere meramente simbólico.


As discussões ocorreram de forma indireta, mediadas pelo chanceler de Omã. Delegações de Irã e EUA ficaram em salas separadas, trocando mensagens por meio do representante omanita. Em um momento breve, representantes dos dois países chegaram a se falar diretamente, na presença do mediador.



Mesmo com o avanço diplomático, Trump mantém o tom de ameaça. Ele já havia dito anteriormente que bombardeios seriam uma possibilidade se o Irã não encerrasse seu programa nuclear. A tensão aumenta ainda mais com o envolvimento de Israel e de aliados regionais do Irã, como Hamas, Hezbollah e Houthis.


O sucesso das negociações pode aliviar os conflitos no Oriente Médio. Porém, se falharem, crescem os temores de uma escalada militar. Tanto Israel quanto os EUA prometeram impedir que o Irã desenvolva armamento nuclear, algo que o governo iraniano nega buscar.


Outro ponto sensível é a recusa do Irã em discutir seu programa de mísseis balísticos. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, deu plenos poderes ao chefe da diplomacia iraniana para conduzir as negociações, mas deixou claro que o foco será exclusivamente nuclear.


As últimas conversas diretas oficialmente registradas entre EUA e Irã ocorreram durante o governo Obama, que resultaram no acordo nuclear de 2015. Esse pacto, entretanto, foi desfeito por Trump em 2018, que restabeleceu sanções contra Teerã. Desde então, o Irã se afastou dos limites do acordo, embora continue negando qualquer intenção de produzir armas nucleares.



A continuidade das tensões e a ameaça militar aberta do presidente americano reacendem a instabilidade na região e colocam em dúvida o futuro das negociações.


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