Requerimento do PL da Anistia recebe apoio de deputados da base do governo Lula
Partidos da base governista engrossam apoio ao requerimento que pode acelerar votação do projeto na Câmara, apesar da resistência de Hugo Motta
Por Plox
14/04/2025 16h13 - Atualizado há 9 dias
Na tarde desta segunda-feira (14), foi protocolado na Câmara dos Deputados um requerimento de urgência para que o Projeto de Lei da Anistia, voltado aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, seja pautado diretamente no plenário. A iniciativa, liderada pelo PL, já conta com o apoio de 264 deputados federais, número que supera o mínimo necessário para que a proposta possa ser automaticamente incluída na ordem do dia, caso o presidente da Casa assim deseje.

Entre os parlamentares que assinaram o requerimento, estão membros de partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva, como MDB, PP, PSD, Republicanos e União Brasil. Juntas, essas legendas somam 146 assinaturas. O Podemos, que ocupa cargo na Geap — operadora de saúde dos servidores do DF — também integra a lista, com 9 dos seus 15 deputados apoiando a medida, incluindo a própria presidente do partido, Renata Abreu (SP).
Apesar da pressão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não demonstrou intenção de pautar o projeto. A resistência do parlamentar resultou até mesmo em manifestações contra ele, como a que ocorreu no último domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, que cobrou publicamente sua atuação.
O requerimento busca acelerar a tramitação do projeto, evitando o trâmite tradicional pelas comissões e levando-o diretamente à votação em plenário. Para isso, não apenas precisa das assinaturas, mas também de aprovação pelos 513 deputados em plenário. Caso aprovado, ainda terá de passar pelo Senado.
O texto da proposta de anistia pode beneficiar tanto os condenados pelos atos de depredação dos prédios dos Três Poderes quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) junto com outras sete pessoas, acusado de tentativa de golpe de Estado.
A adesão de partidos da base gerou desconforto entre petistas. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), iniciou um movimento para pressionar parlamentares governistas a retirarem suas assinaturas, alegando que a proposta pode levar o país a uma crise institucional. Paralelamente, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do requerimento, decidiu tornar os nomes dos apoiadores públicos para evitar ações de bastidores.
O esforço para angariar assinaturas incluiu abordagens em locais como o Aeroporto de Brasília. Ao todo, o requerimento recebeu apoio de 264 deputados, entre eles diversos nomes de destaque no Congresso Nacional.
A pressão continua sobre Hugo Motta, que, mesmo diante da ofensiva da oposição e da insatisfação popular, ainda não sinalizou mudança de posição quanto à inclusão da proposta na pauta da Câmara.