Gilmar Mendes chama Lava Jato de 'organização criminosa' em evento nos EUA

Ministro do STF disse ter orgulho de participar do 'desmanche' da operação e criticou Sergio Moro

Por Plox

14/04/2025 11h33 - Atualizado há 12 dias

Durante sua participação na Brazil Conference, evento realizado na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez declarações contundentes sobre a Operação Lava Jato. No último sábado (12), ele afirmou ter orgulho de ter contribuído para o que chamou de 'desmanche' da operação, que classificou como uma 'organização criminosa'.


Imagem Foto: STF


O magistrado foi enfático ao afirmar que o que foi articulado em Curitiba, sob a condução da força-tarefa da Lava Jato, constituía uma organização com práticas ilegítimas. Gilmar destacou que a atuação dos envolvidos, incluindo o ex-juiz Sergio Moro, foi equivocada e merece ser criticada.


— Fico muito orgulhoso de ter participado desse processo que você chamou de desmanche da Lava Jato, porque era uma organização criminosa. O que eles organizaram em Curitiba, lamentavelmente, era uma organização criminosa — declarou o ministro.



Além das críticas à Lava Jato, Gilmar Mendes também abordou a atuação de seu colega de STF, Alexandre de Moraes. Ele rechaçou comparações entre Moraes e Sergio Moro, especialmente no contexto de que o ministro estaria julgando casos nos quais também seria parte envolvida, como os relacionados aos atos do dia 8 de janeiro.


Gilmar defendeu a permanência de Moraes como relator desses processos, argumentando que sua posição já estava consolidada antes da agregação de novos inquéritos, o que, segundo ele, elimina qualquer impedimento legal.


— Não há justificativa para ele [Moraes] ser afastado, uma vez que ele já era relator desses inquéritos e depois dos inquéritos que se agregaram. Ele não é suspeito, não está impedido, não está julgando no seu interesse. Não se pode nem de longe comparar Alexandre com Moro. Moro, de fato, se associa ao Bolsonaro — afirmou o ministro.



As declarações repercutiram amplamente e reacenderam debates sobre os limites da atuação judicial e os impactos das decisões tomadas durante a operação que marcou a política brasileira na última década.


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