Projeção indica que 1 em cada 6 pessoas poderá estar no espectro autista até 2100
Especialistas alertam para impacto crescente do autismo na sociedade e reforçam urgência por políticas inclusivas
Por Plox
14/04/2025 07h51 - Atualizado há 10 dias
Estudos recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) revelam um crescimento expressivo no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA), apontando para uma mudança significativa na sociedade ao longo das últimas décadas.

Em 2004, a taxa de prevalência do transtorno era de um caso a cada 166 crianças. Esse índice teve um salto preocupante, atingindo 1 para cada 36 crianças em 2023. Diante dessa evolução, especialistas traçaram uma projeção que lança um sinal de alerta para os próximos anos: caso a tendência se mantenha, estima-se que até o ano de 2100, 1 em cada 6 pessoas poderá receber diagnóstico de autismo.

O escritor e especialista em Gestão de Projetos e Pessoas, Adriel Silva, foi quem elaborou a projeção com base em dados reais. Segundo ele, o intuito é gerar conscientização e debate sobre os impactos dessa possível realidade.
"Tracei essa linha de tendência com base em dados reais para provocar uma reflexão... para que possamos pensar nas implicações sociais, econômicas e estruturais dessa realidade\"
, explica.
Se esse panorama for aplicado à população brasileira atual, que gira em torno de 203 milhões de pessoas, isso significaria aproximadamente 5,6 milhões de brasileiros vivendo dentro do espectro. Apesar de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não consolidar dados específicos sobre o tema, os números projetados já acendem um alerta importante.
Adriel ressalta que o impacto do autismo precisa ser debatido não apenas na área da saúde, mas também em campos como educação, mercado de trabalho e políticas públicas.
\"Estamos diante de uma transformação silenciosa na demografia social, e isso precisa ser debatido não só do ponto de vista da saúde, mas também da educação, do mercado de trabalho e das políticas públicas de inclusão\"
, destaca.
Com a crescente taxa de diagnósticos, cresce também a responsabilidade da sociedade em promover ambientes mais inclusivos. Isso envolve desde escolas mais preparadas e profissionais capacitados até medidas efetivas de inserção no mercado de trabalho.
Adriel Silva reforça que, além da adaptação, é necessário haver acolhimento.
\"Essa força de trabalho precisa ser enxergada com responsabilidade e acolhimento. Não é apenas uma questão de adaptação, mas de oportunidade\"
, afirma. Para ele, a tendência reforça a urgência de uma sociedade mais empática, que compreenda as diferenças e esteja disposta a garantir espaço para todos.
O avanço no entendimento sobre o autismo e o crescimento dos diagnósticos colocam em evidência a necessidade de mudanças estruturais profundas. Segundo os especialistas, quanto antes forem implementadas políticas públicas voltadas para a inclusão e o acolhimento, melhores serão os resultados no futuro.